Cientistas internacionais tentam desenvolver plantas que possam ‘limpar’ ambientes contaminados através da fitorremediação e da fitomineração. O objetivo é ‘aliviar’ as ameaças ao ambiente e à saúde humana, preservando ao mesmo tempo os metais que começam a escassear.
Um artigo publicado pela Science destacou a riqueza da diversidade bioquímica vegetal para ajudar a desintoxicar substâncias estranhas no ecossistema terrestre. Embora uma planta tenha atividades enzimáticas limitadas, isto pode ser compensado por uma grande variedade de enzimas microbianas que podem processar até os poluentes mais complexos. A combinação das suas capacidades através da modificação genética pode produzir plantas com enzimas microbianas que degradam os xenobióticos para alargar a sua fisiologia para desintoxicar os poluentes orgânicos.
Este processo de fitorremediação pode mesmo ser melhorado com a fitomineralização para restaurar ambientes contaminados, uma vez que algumas plantas podem crescer em ambientes metalíferos naturais e absorver metais. Embora ainda haja muita investigação a ser feita nesta área, a tecnologia e os protocolos já existem para desenvolver plantas que possam fazer fitorremediação e fitomineralização.
Os protocolos de transformação genética que têm sido utilizados em choupos, as ferramentas de biologia sintética para criar hiperacumuladores artificiais, a tecnologia de previsão da estrutura proteica para conceber proteínas com capacidades de ligação de metais, ou as ferramentas de edição genética para conferir características às espécies de biomassa, podem ser utilizados para explorar novas formas de desenvolver não só plantas inteligentes do ponto de vista climático, mas também plantas que podem ajudar a ‘limpar’ o ambiente.
A concentração nas fitotécnologias, utilizando uma abordagem multifacetada, pode ajudar os cientistas a identificar espécies vegetais e métodos de modificação genética, e assim encontrar novas formas para as plantas aumentarem a sua tolerância e absorção de metais no ambiente.
Mais informações no site do ISAAA.
O artigo foi publicado originalmente em CiB – Centro de Informação de Biotecnologia.