O Monumento Natural Local do Canhão Cársico de Ota passa agora a contar com uma Estação da Biodiversidade. Trata-se de um caminho pedestre pedagógico, com pouco mais de um quilómetro de extensão, dotado de sinaléticas interpretativas da fauna e flora, que ajudarão os visitantes a conhecer melhor a biodiversidade do local.
A inauguração formal decorreu no passado dia 8 de outubro, integrada nas comemorações do 3.º Aniversário do Monumento, contando com a presença de diversos convidados ilustres, entre os quais Duarte Cordeiro, Ministro do Ambiente e da Ação Climática, e Maria de Jesus Fernandes, Bastonária da Ordem dos Biólogos, que se juntaram a várias figuras do executivo municipal no evento.
Com a criação desta Estação da Biodiversidade, o município procurou tornar o monumento mais visitável, sobretudo para famílias, atribuindo maior autonomia aos visitantes, que deixam de necessitar de um guia para o efeito.
A visita ao local foi antecedida por um momento solene, no qual foi anunciada a integração do Monumento Natural Local do Canhão Cársico de Ota na Rede Nacional de Áreas Protegidas. O monumento alenquerense passa assim a fazer parte da mesma rede de cerca de meia centena de áreas protegidas em Portugal, reconhecidas pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
O feito foi realçado por Duarte Cordeiro, que reconheceu o trabalho feito pelo município no âmbito da preservação do património natural do concelho.
“Muitas das espécies encontradas no canhão são consideradas raras, endémicas. Como tal temos de valorizar estes tesouros naturais para garantir um presente e um futuro melhores para as nossas populações. Saliento o trabalho do município neste sentido, com a criação de uma equipa que trabalha a conservação da natureza”, sublinhou o ministro.
Este reconhecimento por parte do ICNF vai ao encontro de uma estratégia definida pelo município há já algum tempo, procurando a valorização, conservação e promoção do património natural local.
“O Canhão Cársico de Ota é um dos mais valiosos tesouros do património natural histórico e cultural do concelho de Alenquer, apresentando características da maior relevância a nível nacional. Hoje, é referenciado como um dos maiores e interessantes vales em canhão das regiões calcárias portuguesas”, indicou Paulo Franco, vereador com o pelouro do ambiente.
O autarca destacou igualmente o trabalho que tem vindo a ser realizado e recordou “as parcerias no Ensino Superior, com as universidades de Aveiro, Lisboa e Porto, tendo como objetivo de desenvolver projetos científicos, de teses de mestrado e doutoramento no âmbito da conservação e preservação da natureza”.
Lembrou ainda Paulo Franco o trabalho realizado no âmbito da Rede Municipal de Conservação da Natureza, que considerou ser “uma estratégia pouco comum em Portugal, fora das áreas protegidas, mas com alto valor ecológico”, apontando como exemplo a Rota das Aves Autóctones e Emblemáticas do concelho de Alenquer, e acrescentou também o trabalho feito no capítulo da gestão florestal, com o restauro de habitats.
Pedro Folgado, presidente da Câmara Municipal de Alenquer, enalteceu no seu discurso o investimento feito “para acompanhar estes processos e não deixar cair em esquecimento a necessidade de preservação desta área protegida”, recordando ainda o trabalho que tem vindo a ser feito também no Montejunto, outra das áreas protegidas no concelho.
De resto, importa sublinhar que Alenquer passa a ter agora duas áreas protegidas reconhecidas no seu território, feito diferenciador por comparação com outros municípios.
Foi, portanto, um dia marcante para Alenquer e sobretudo para o Canhão Cársico de Ota, não apenas pela integração na Rede Nacional de Áreas Protegidas, mas também porque passa a ter disponível uma Estação da Biodiversidade.
Tudo isto resulta numa oportunidade única de dar a conhecer a todos os amantes da natureza e aos alenquerenses, em particular, este autêntico tesouro da natureza.
Fonte: Câmara Municipal de Alenquer