A ministra da Agricultura afirmou hoje que deve ser demonstrada “dignidade pelas funções públicas”, garantindo manter confiança na sua equipa, após acusações do Chega ligadas a ajustes diretos a familiares e militantes do PS.
O deputado do Chega Pedro Frazão acusou hoje a ministra da Agricultura de fazer ajustes diretos a membros do PS, superiores aos apoios disponibilizados ao setor na região da Serra da Estrela.
Pedro Frazão disse ainda que os secretários de Estado da Agricultura, Rui Martinho, e das Pescas, Teresa Coelho “estão enfermos”, aludindo a casos como o do agricultor Luís Dias e a apoios a familiares da antiga responsável da Docapesca.
“Temos que aproveitar estes momentos para demonstrar dignidade pelas funções públicas e estou aqui para demonstrar isso mesmo, com o respeito profissional e pessoal que os senhores secretários de Estado [Rui Martinho e Teresa Coelho] merecem. Têm família e passado que não escondem”, afirmou a ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, em resposta ao deputado.
A ministra garantiu que não existe “intenção de beliscar o que quer que seja” do ponto de vista da política pública, notando que o secretário de Estado da Agricultura foi presidente do IFAP numa altura que não coincidiu com o caso do agricultor Luís Dias, que esteve em greve de fome durante 30 dias, junto à Assembleia da República.
O caso do empresário de Idanha-a-Nova remonta a 2017, após a destruição da sua quinta.
Luís Dias referiu ter acionado o apoio do Estado para os danos causados por uma tempestade, avaliados em 140.000 euros, mas diz não ter recebido qualquer valor.
Na mesma audição, o secretário de Estado da Agricultura negou a existência de qualquer incompatibilidade com a sua atual função, reiterando que, quando foi presidente do Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP), se defrontou com uma decisão que já tinha sido tomada anteriormente.
“Foi recusado um pagamento a Luís Dias, que era suportado numa fatura falsa, que correspondia a trabalhos que nunca foram realizados. O senhor deputado acha que devem ser pagos pedidos nestas circunstâncias. Nós achamos que não”, vincou.