radiant

Projeto europeu RADIANT estuda solução de combate à escassez alimentar

Iniciativa liderada por universidade portuguesa sensibiliza para a produção e consumo de variedades tradicionais

Por ocasião do Dia Mundial da Alimentação, assinalado a 16 de outubro, o projeto europeu RADIANT – liderado pela Universidade Católica Portuguesa (no Porto) – sensibiliza a população e entidades governamentais para a produção e consumo de variedades de alimentos tradicionais, tendo em conta a sua valorização nutricional, bem como as preocupações com a atual sobrepopulação a nível mundial e eventual agravamento da escassez de alimentos.

Segundo dados do relatório de 2022 da ONU, o número de pessoas afetadas pela fome em todo o mundo subiu para 828 milhões em 2021, devido a fatores como as mudanças climáticas e à crise alimentar – tendo estes sido amplificados pela pandemia e guerra na Ucrânia. É neste sentido que o projeto RADIANT pretende contribuir para a inversão desta realidade através da promoção de alimentos subvalorizados.

O projeto RADIANT adota a abordagem da ‘Teoria da Mudança’, através da exploração de variedades tradicionais que permitem a sustentabilidade ambiental, promovem a saúde humana, bem como combinam a neutralidade climática e a resiliência do sistema agrícola através da:

  • redução da emissão de gases e efeito de estufa;
  • prosperidade de sistemas de cultivo em ambientes hostis e solos pobres;
  • maior resiliência ambiental e a qualidade das culturas;
  • uso eficiente de água e de nutrientes essenciais;
  • crescimento local como uma forma culturalmente aceitável de realizar a diversidade nutricional.

“Visamos promover a diversificação das culturas agrícolas, a preservação ambiental e da agrobiodiversidade e o desenvolvimento económico justo, por meio da valorização de variedades tradicionais”, defendem os responsáveis pelo projeto.

“Tem-se verificado uma utilização restrita deste tipo de culturas devido ao paradigma de alimentos e sistemas industriais globalizados. A globalização está a tratar o mundo como um único país sem diferenças, resultando numa disponibilização, a nível mundial, do mesmo tipo de produtos agrícolas”, acrescentam.

“Realizing Dynamic Value Chains for Underutilised Crops”, é coordenado pela Universidade Católica Portuguesa (no Porto), envolve 29 entidades de 12 países – Portugal, Eslovénia, Reino Unido, Hungria, Espanha, Grécia, Itália, Alemanha, Irlanda, Bulgária, Países Baixos e Chipre. É ainda Parceiro da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).


Publicado

em

,

por

Etiquetas: