É com otimismo que o autor do livro Landverstand, Timo Küntzle, encara o futuro da engenharia genética na Áustria. Ele acredita que mais cedo ou mais tarde, o país onde escolheu viver vai adotar a tecnologia, à semelhança do que está a acontecer em muitos países fora da União Europeia.
No livro Landverstand, Timo Küntzle afirma que “há 40 ou 50 anos atrás, justificava-se perfeitamente um certo cepticismo em relação a uma tecnologia que era completamente nova na altura. Mas sabemos há pelo menos vinte anos que a engenharia genética é uma ferramenta que deve ser avaliada da mesma forma que qualquer outro método de melhoramento de plantas. Isto é consensual entre os cientistas. Qualquer pessoa que negue isto está ao nível dos que negam as alterações climáticas.”
“O facto de continuarem a circular falsas alegações sobre a engenharia genética deve-se provavelmente ao facto de as pessoas terem sido envolvidas nela durante décadas. Os meios de comunicação social têm vindo a espalhar essas falsas alegações há muito tempo, sem perguntar.”
“Além disso, há em nós um anseio pela natureza que gostaria que acreditássemos que a natureza fornece tudo por si própria e que não devemos mexer em nada. Se é orgânica, então é orgânica e super. Assim que a engenharia genética está envolvida, é vista por muitos como antinatural. Depois são usadas expressões como “intrometer-se com Deus” ou “manipular a criação”. Os críticos aderem consistentemente a tais enquadramentos manipuladores.”
“Estou convencido de que mais cedo ou mais tarde utilizaremos a engenharia genética ‘verde’ na Áustria, tal como já está a acontecer globalmente. Para além disso, já as utilizamos de qualquer forma. Hoje em dia, quase todas as variedades de trigo duro são variedades resultantes de mutagénese. Isto é engenharia genética por definição da legislação da UE e, no entanto, é permitida na agricultura biológica sem que ninguém se aborreça.”
Este texto é um excerto publicado na GLP de uma entrevista ao autor do livro Landverstand, Timo Küntzle. O autor, austríaco por opção, estudou ciências agrícolas e trabalhou como jornalista em temas diversos, entre os quais a agricultura. Leia a entrevista integral, em inglês, aqui.
O artigo foi publicado originalmente em CiB – Centro de Informação de Biotecnologia.