O presidente do PSD, Luís Montenegro, acusou hoje o Governo de só agora ter acordado para o problema da seca, frisando que ao longo dos últimos anos “já era expectável” que atingisse uma dimensão extrema.
“Infelizmente, foi preciso chegarmos a um ano de seca extrema e severa para haver uma consciencialização maior [para o problema da seca], nomeadamente do Governo, que parece que, sete anos depois, acordou para este tema”, afirmou o líder ‘laranja’, em Alcáçovas, no concelho de Viana do Alentejo (Évora).
Para Montenegro, em relação à seca, “parece sobretudo que o Governo não tomou as medidas [necessárias], ao longo dos últimos anos, quando já era expectável que o assunto pudesse vir a ganhar esta dimensão”.
“Nós temos um governo que é sempre muito relapso, quer dizer, age sempre de forma reativa e não de forma proativa”, completou.
O líder nacional do PSD falava aos jornalistas sobre a situação de seca que o país atravessa, nomeadamente a região do Alentejo, no dia em que vai decorrer, em Castelo Branco, uma reunião da Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca.
Esse encontro vai ser presidido pelos ministros do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, e da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes.
No último dia do seu périplo de uma semana pelo distrito de Évora, no âmbito do programa “Sentir Portugal”, o presidente do PSD anunciou também que o partido entregou na Assembleia da República um projeto de resolução “com várias recomendações de medidas” para que o país tenha ”um Plano Nacional de Regadio verdadeiramente eficiente”.
E “para que se façam obras de norte a sul do país para que a agricultura portuguesa possa ter um sistema de gestão da água capaz de não a deixar morrer, de não a enfraquecer”, acrescentou.
Simultaneamente, são precisas “medidas que preservem o ambiente, que preservem a gestão de um recurso tão determinante e cada vez mais tão escasso como a água”.
O Plano Nacional de Regadio tem de poder “conjugar o interesse de manter a nossa agricultura viável, rentável e também a preservação do nosso meio ambiente”, mas Portugal tem “perdido muito tempo, nos últimos anos”, argumentou.
Para Montenegro, “há um conjunto muito significativo de pequenos investimentos que são absolutamente cruciais para que, em diversas comunidades, haja um efeito útil dos recursos” de que o país dispõe, como no caso de Reguengos de Monsaraz e Mourão (Évora), em que falta “um pequeno investimento” para que os agricultores locais possam regar a partir da albufeira do Alqueva, localizada “ao lado”.
O líder do PSD, que visitou uma unidade de produção artesanal de chocalhos, em Alcáçovas, no âmbito do seu roteiro pelo distrito de Évora do programa “Sentir Portugal”, defendeu ainda um “consenso nacional” à volta do tema da gestão da água.