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“Seminário: O Futuro da Carne face à Estratégia Farm to Fork” – Carlos Ruivo

Na próxima sexta-feira, dia 21 de outubro de 2022, pelas 14h, no Auditório “Centro de Estudos Camilianos”, em Famalicão, irá ter lugar o seminário anual da APIC, com o título: “O Futuro da Carne face à Estratégia Farm to Fork”.

A APIC, mais uma vez irá criar a oportunidade de nos encontrarmos fisicamente, desta vez, no Norte, demonstrando a vontade de estar perto de todos os nossos associados.

Sobre o tema escolhido para este seminário, já muito se tem escrito, publicado e divulgado sobre o que é a famigerada estratégia Farm To Fork.

Com o seminário do dia 21 de outubro, vai ser possível refletir sobre a estratégia da Comissão, de forma transparente, elucidativa e informativa, finalmente.

Iremos ter oradores de excelência, profissionais com grande experiência de vida e de vivências profissionais, os quais são representantes quer de instituições europeias ( Lucino Paulo da DG- Trade), instituições oficiais de Portugal (David Gouveia do GPP), quer ainda do mundo académico ( Manuel Cancela Abreu da Universidade de Évora e Manuel Chaveiro Soares do Instituto Superior de Agronomia), que nos permitirão consolidar informação, não só quanto aos conceitos que estão na base da estratégia, como também das práticas que existem em curso, que na realidade já correspondem aos objetivos delineados pela Comissão Europeia.

Esta estratégia está no centro do Acordo Verde Europeu, tendo como objetivo o de tornar os sistemas alimentares justos, saudáveis e amigos do ambiente. Pretende a Comissão Europeia que os sistemas alimentares sejam resistentes a crises como a pandemia de COVID-19 e para isso têm de ser sustentáveis, havendo de redesenhar os nossos sistemas alimentares.

A Comissão apresenta números preocupantes, dando nota de que hoje os sistemas alimentares representam quase um terço das emissões globais de GEE, consomem grandes quantidades de recursos naturais, resultam em perda de biodiversidade e impactos negativos na saúde (devido à sub e sobre-nutrição) e não permitem retornos económicos e meios de subsistência justos para todos os atores, em particular para os produtores primários.

Assim, esta estratégia, segundo anunciam, quer colocar os nossos sistemas alimentares num caminho sustentável, trazendo novas oportunidades para os operadores da cadeia de valor alimentar, com o intuito de trazer novas tecnologias e descobertas científicas, combinadas com o aumento da consciência pública e da procura de alimentos sustentáveis, o que, tal como se deseja, beneficiará todos os intervenientes.

Na minha perspetiva, ficará sempre a dúvida, quanto aos países terceiros, de que forma estes poderão também fazer parte desta estratégia ou se, pelo contrário, não serão concorrentes desleais face aos estados-membros que, entretanto, se adaptaram a esta metodologia contrariamente aos operadores económicos fora da União Europeia.

A Estratégia “Da Exploração Agrícola à Mesa” visa acelerar a nossa transição para um sistema alimentar sustentável que deverá:

  • ter um impacto ambiental neutro ou positivo;
  • ajudar a mitigar as alterações climáticas e a adaptar-se aos seus impactos
  • inverter a perda de biodiversidade
  • garantir a segurança alimentar, a nutrição e a saúde pública, assegurando que todos tenham acesso a alimentos suficientes, seguros, nutritivos e sustentáveis
  • preservar a acessibilidade dos preços dos alimentos, gerando simultaneamente retornos económicos mais justos, fomentando a competitividade do sector de abastecimento da UE e promovendo o comércio justo

Não estou certo de que esta estratégia não possa vir a ser um flop, pois por de trás de boas intenções, há sempre exageros e excesso de zelo que deitam por terra os bons propósitos o que pode vir a determinar o fim de muitas das nossas empresas.

De facto, já existem em curso muitos destes objetivos, e que apenas faltam ser do conhecimento da população em geral.

Na verdade, não existem setores pouco sustentáveis, existem sim, setores que ainda não aplicam práticas sustentáveis, no nosso caso, já há muito que se investe e que se procura encontrar caminhos sustentáveis, pelo que, é fácil para mim assumir, como Presidente da APIC, que esta Associação representa um setor preocupado e empenhado em fazer parte da mudança, em aplicar práticas sustentáveis rumo à estratégia Farm to Fork.

Convido assim, cada um dos nossos associados, a participarem neste evento, presencialmente, a fim de poderem obter informação adequada que vos permita proteger a atividade que desenvolvemos, a qual, ao contrário do que se tem preconizado por algumas minorias, é essencial para a vida!

Vemo-nos no dia 21 de outubro!

Presidente da APIC Carlos Ruivo

Fonte: APIC


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