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Incêndios: Problemas estruturais mantêm-se por opções de política de direita – Jerónimo

O secretário-geral do PCP afirmou hoje que, cinco anos após os grandes incêndios de outubro de 2017, os problemas estruturais dos fogos rurais mantêm-se sem respostas, por opções de política de direita.

“Não podemos deixar de denunciar que os problemas estruturais que estiveram na origem, não dos incêndios mas da sua dimensão e impactos, se mantêm sem respostas, em função de opções da política de direita expressas na obsessão pelo défice, no ataque às funções sociais do Estado, nos cortes da despesa pública, na fragilização e desmantelamento da administração pública”, disse Jerónimo de Sousa, que falava no final de um debate promovido pelo PCP de Coimbra, em Penacova, sobre os cinco anos após os incêndios de 2017.

Para o líder comunista, foi por causa dessas “opções” que hoje o país tem o território desordenado, despovoado e abandonado.

“É ao serviço dessas opções que estão as promiscuidades entre os interesses económicos e o poder político”, apontou.

Recordando as promessas feitas há cinco anos pelo Governo, Jerónimo de Sousa notou que, dos diplomas aprovados na altura, “já pouco resta”.

O cadastro simplificado “não ata nem desata”, o objetivo de constituir 500 equipas de sapadores florestais “foi abandonado” e o regime de arborização “alterado e já não prevê a redução da área de eucalipto”, constatou.

“O problema nunca foi de ausência de legislação. […] O problema é de meios e determinação, que o Governo do PS não quer dedicar à floresta nacional”, frisou, apontando para o exemplo do Pinhal de Leiria, propriedade pública, que está “hoje num abandono inexplicável”.

Durante a sua intervenção na Biblioteca Municipal de Penacova, Jerónimo de Sousa defendeu uma intervenção no mercado da madeira para regular os preços pagos aos produtores, a reconstituição do corpo de guardas florestais, o apoio aos baldios e a dinamização “do livre associativismo florestal, a partir das Zonas de Intervenção Florestal”.

“A floresta portuguesa não é, não pode ser um problema do país. A floresta portuguesa, na sua dimensão multifuncional, é um extraordinário recurso nacional”, vincou, referindo que o PCP não deixará de apresentar propostas nessa área, no seio da discussão do Orçamento do Estado para 2023.


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