Do desperdício à poupança de água. O contador que faz a diferença nas terras de Joaquim Pio

Durante vários meses, o projeto “Gulbenkian Água” mostrou como é possível gerir melhor a água disponível. Em Reguengos de Monsaraz, onde os agricultores continuam à espera da água da barragem do Alqueva, as experiências são animadoras.

Na exploração agrícola de Joaquim Pio, no concelho de Reguengos de Monsaraz, até junho deste ano, a rega era feita manualmente. Há uns anos que a charca secara e para manter os seis hectares de vinha a produzir, o agricultor acabou por investir na abertura de um furo, usando a água sem qualquer tipo de controlo no que diz respeito a consumos.

Sendo a água um bem escasso, num ano particularmente difícil por causa da seca e sem a tão desejada água do Alqueva, o produtor aceitou aliar-se ao projeto “Gulbenkian Água”, desenvolvido pela Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), com a finalidade de promover a utilização mais eficiente deste recurso, através da instalação de tecnologias amigas do ambiente.

Entre formações e demonstrações, Joaquim Pio conseguiu que fosse instalado nas suas terras, um contador de água para monitorizar os gastos. “Desde que montaram o contador, em junho, percebi que não tinha qualquer noção dos gastos e foi possível controlar melhor as regas”, diz à Renascença.

O investimento, na ordem dos 400 euros, financiado pela FCG, acabou por alterar a forma de pensar e agir deste agricultor, ainda a braços com a escalada dos preços da eletricidade.

“Este ano optei por regar só de noite, pois faz mais efeito, já que o preço da eletricidade está incomportável”, lamenta, enquanto revela como um simples contador alterou a sua vida no campo.

“A água que leva cada setor, cada vez que regava, por exemplo, gastava cerca de 40 metros cúbicos por dia, mas nalguns dias, podia chegar aos 70 metros cúbicos, mas não tinha a mínima noção e agora conheço os valores, o que faz toda a diferença”, menciona.

O projeto “Gulbenkian Água” deu o pontapé de saída, com um primeiro estímulo financeiro, abrindo novos horizontes ao agricultor, uma vez que equaciona continuar a investir em práticas de gestão sustentável. O próximo passo, assim consiga ter dinheiro para investir, passa por “trocar as torneiras manuais, por torneiras elétricas”.

Este ano, o agricultor de […]

Continue a ler este artigo no Rádio Renascença.


Publicado

em

,

por

Etiquetas: