Novo estudo internacional liderado por instituições portuguesas mostra perda de vários serviços prestados pelos ecossistemas e sugere estabelecer áreas protegidas para os rios.
Um estudo internacional publicado na revista “Global Change Biology” mostra preocupantes níveis de degradação dos rios em todo o mundo, com um terço a apresentar sinais de estar severamente degradado.
A má qualidade biológica dos rios nas regiões estudadas reflete uma perda global de biodiversidade de água doce, alterações na distribuição das espécies, simplificação da estrutura e composição das comunidades aquáticas e aumento das espécies não nativas invasoras, refere o estudo. Tais alterações perturbam o funcionamento do ecossistema devido à alteração das proporções das características funcionais disponíveis das espécies. Consequentemente, a capacidade dos ecossistemas fluviais para fornecer serviços ecossistémicos às populações humanas é reduzida, incluindo perdas na regulação climática, qualidade da água, regulação do carbono, abastecimento de água e alimentos, recreação e prevenção de doenças, explica a análise.
Liderado por Maria João Feio, do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE) e da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), o estudo “Conjuntos de peixes e macroinvertebrados revelam degradação extensiva dos rios do mundo” reuniu três dezenas de investigadores de todo o mundo e visou analisar o estado biológico dos rios, da forma mais ampla possível e com base em dois bioindicadores usados na monitorização dos rios, os macroinvertebrados bentónicos e os peixes.
Assim, foram analisados conjuntamente resultados de programas de monitorização de 45 países (64 regiões de estudo) de todos os continentes e, […]