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Citrinos: Eurodeputados alertam para risco de praga na África do Sul alastrar-se para UE

Os eurodeputados alertaram que os produtores de citrinos da União Europeia não podem sofrer por qualquer confusão ou relaxamento do controlo da importação de citrinos da África do Sul, face à propagação da praga Thaumatotibia leucotreta. No entanto, de acordo com o portal Euractiv, a Comissão Europeia insiste que as medidas atuais são suficientes.

“Se tivermos estas pragas, os nossos agricultores não vão ser capazes de as combater ou defender-se. Só perderão as suas colheitas porque não conseguimos implementar e impor o regulamento que é obrigatório”, alertou a eurodeputada espanhola Clara Aguilera durante uma reunião da comissão de agricultura do Parlamento Europeu. A Espanha é a maior exportadora mundial de citrinos, seguida pela África do Sul.

Em julho, a União Europeia tinha anunciado medidas como o tratamento extremo a frio para laranjas com a manutenção de temperaturas iguais ou menores a dois graus Celsius durante 25 dias, e declarações fitossanitárias adicionais para a toranja e outros citrinos.

Na altura, a África do Sul respondeu às medidas com uma queixa na Organização Mundial do Comércio (OMC). Em agosto, o país e a UE chegaram a acordo para que as remessas fossem temporariamente tratadas nas instalações de tratamento de frio do bloco comunitário.

No entanto, a eurodeputada espanhola considera que a Africa do Sul foi autorizada a “fazer o que lhes apetecer”, questionando os esforços da Comissão Europeia.

“[A Comissão] disse que há requisitos que temos de cumprir. Não é esse o problema. O problema é que não há conformidade”, explicou, argumentando que as medidas tomadas até agora são insuficientes. No seu entender, os contentores deveriam ter sido retornados à África do Sul.

A resposta da Comissão Europeia às críticas à fiscalização dos citrinos

A Comissão Europeia defendeu-se das críticas, afirmando que aborda “seriamente” a saúde das plantas e animal e está a “tomar medidas para proteger a comunidade agrícola”.

Um representante da Direção Geral de Saúde e Segurança dos Alimentos (SANTE) afirmou ao portal Euractiv que a Comissão Europeia não tem medo “de tomar medidas fortes para proteger a agricultura”.

“A Comissão não fez qualquer acordo com a África do Sul sobre o tratamento frio da remessa de laranjas não conformes”, disse, sublinhando que “não há laranjas que tenham sido colocadas em livre circulação na UE sem este tratamento adicional”.

Embora algumas importações não tenham seguido as novas medidas e as medidas tenham sido posteriormente efetuadas numa fase posterior nos aeroportos antes do transporte, o representante da Comissão salientou que se tratava de uma solução temporária e que a África do Sul não poderá contar com o seu prosseguimento daqui para a frente.

O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.


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