O impacto económico do setor do cavalo em Portugal está a ser alvo de um estudo que vai ser apresentado no Horse Economic Forum, em Alter do Chão (Portalegre), em abril do próximo ano, foi hoje revelado.
Promovido pela Câmara de Alter do Chão, o estudo vai ser dado a conhecer na 1.ª edição daquele certame internacional, que promete juntar especialistas e ‘stakeholders’ nacionais e internacionais do mundo equestre.
“O estudo sobre o impacto económico do setor do cavalo em Portugal está a ser feito por uma empresa externa e foi encomendado pela câmara. Aliás, já tinha sido iniciado, está a ser revisto e estará pronto em abril”, explicou hoje à agência Lusa a vereadora do município, Raquel Palmeiro.
A autarca, que hoje à tarde apresenta o Horse Economic Forum, num seminário em Lisboa, intitulado “O Cavalo Lusitano na Alta Competição em Ensino”, acrescentou ainda que, em relação ao estudo, “não há” ainda uma estimativa sobre os valores económicos que o setor gera em Portugal.
Um dos argumentos que leva a organização a promover este fórum está relacionado com o facto de neste concelho alentejano, estar sediada a Coudelaria de Alter do Chão, fundada em 1748, por D. João V, e que desenvolve trabalhos de seleção e melhoramento de cavalos Lusitanos.
A coudelaria, gerida pela Companhia das Lezírias, possui uma unidade clínica dotada com todos os meios para o acompanhamento e tratamento médico dos animais, acolhendo, nas suas instalações, entre outras valências, o Laboratório de Genética Molecular.
“Nós temos aqui uma vantagem muito grande no mercado. A coudelaria mais antiga [do mundo] está sediada em Alter do Chão e há que explorar toda esta parte equestre, [a qual] está um bocadinho adormecida” no concelho, argumentou.
O fórum engloba o lançamento do Horse Business Ideias, o primeiro concurso de ideias de negócio centrado na economia do cavalo e que pretende atrair projetos na área do cavalo para Alter do Chão: “Queremos atrair empresas e negócios, acima de tudo”, sublinhou a autarca.
Outro dos atrativos do certame passa pela apresentação da Alter Agenda, uma plataforma que “já se encontra disponível” e que visa facilitar negócios equestres, divulgar oportunidades de emprego e partilhar conhecimento entre os atores do setor.
“Esta é a plataforma que vai estar na base de todo este projeto”, frisou a vereadora.
Segundo Raquel Palmeiro, o objetivo é “concentrar nesta plataforma as oportunidades de emprego, as possibilidades de negócio” e aí “divulgar os eventos” neste setor, a realizar e já realizados.
Citado num comunicado a propósito do Horse Economic Forum, enviado à Lusa, o presidente da Câmara de Alter do Chão, Francisco Miranda, considerou o evento como uma ferramenta “fundamental” para o desenvolvimento e atração de investimento para o concelho.
Outra das “missões” do certame passa por colocar Portugal “num lugar de destaque” ao nível do impacto e inovação no setor equestre, de modo a que o país se torne uma “referência incontornável” no contexto europeu, acrescentou.
De acordo com a organização, este fórum pretende ainda abordar áreas como a educação, saúde, turismo e desporto e quer promover o debate de matérias como a digitalização da economia do cavalo.
A introdução de inteligência artificial no setor, a inovação em novos materiais e bem-estar animal, a investigação e desenvolvimento em genética e saúde animal, novas formas de suplementação alimentar e o tratamento estruturado de dados e informação de dispositivos desportivos são outras dos tópicos em ‘agenda’.
O Município de Alter do Chão está ainda no terreno a reunir parceiros para promover este fórum, tendo já entrado ‘ao galope’ nesta iniciativa várias entidades, como a Federação Equestre Portuguesa, a Companhia das Lezírias ou a Universidade de Évora, entre outros.