Urge alterar o atual paradigma económico, assente no lucro financeiro de curto prazo, para um paradigma que reflita na economia o real valor dos bens e dos recursos naturais.
Por estes dias, está em risco de desaparecer as Alagoas Brancas, uma das últimas zonas húmidas da região do Algarve. Há cerca de duas semanas a Câmara Municipal de Lagoa, liderada por Luís Encarnação, indiferente à relevância ecológica do local que deu o nome à cidade, deu o aval, ao renovar o alvará do promotor Edifícios do Atlântico, SA., para que as máquinas avançassem com o processo de terraplanagem. Tudo isto ao arrepio dos apelos feitos ao longo de anos pelas organizações não-governamentais de ambiente, de diferentes especialistas e do movimento cívico “Salvar as Alagoas” e sem que tivesse havido lugar a uma avaliação de impacte ambiental.
Quando 77% dos habitats relacionados com as zonas húmidas de Portugal se encontram degradados, o betão e os interesses económicos que lhe estão subjacentes não podem continuar a falar mais alto sob pena de estarmos a hipotecar irremediavelmente o futuro de todos nós.
As Alagoas Brancas destacam-se de entre […]