A Sonae registou resultados atribuíveis aos acionistas de 210 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, um aumento de 32,6% em relação a igual período do ano passado, de acordo com um comunicado hoje divulgado.
“Em termos acumulados, o resultado líquido atribuível a acionistas atingiu 210 milhões de euros nos 9M22 [nove meses de 2022], beneficiando do desempenho positivo do portefólio, do comparável dos 9M21 afetado pela pandemia e do contributo para o resultado indireto da reavaliação dos ativos da Sierra e do portefólio da Bright Pixel”, indicou a empresa, na mesma nota.
Até ao final de setembro, o grupo obteve um volume de negócios de 5.493 milhões de euros, superior em 10,4% ao mesmo período do ano passado e um EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) de 544 milhões de euros, mais 3,4% em termos homólogos.
No terceiro trimestre, a companhia registou uma queda de 4,2% dos lucros, para 92 milhões de euros, “devido aos esforços para suportar os custos inflacionários e garantir a competitividade das ofertas, bem como à mais-valia com a venda da Maxmat registada no ano passado”, referiu.
“Num contexto macroeconómico desafiante, os negócios do grupo conseguiram um crescimento operacional saudável”, indicou a empresa, destacando que no terceiro trimestre o seu “volume de negócios consolidado superou os 2.000 milhões de euros, crescendo 15% em termos homólogos, sustentado pelos sólidos ganhos de quota de mercado dos negócios de retalho”.
De acordo com a Sonae, “todos os negócios registaram um contributo positivo e reforçaram novamente as suas posições de liderança nos respetivos mercados”, conduzindo ao aumento do volume de negócios nos primeiros nove meses.
A empresa destacou que “o EBITDA subjacente aumentou 7,2% em termos homólogos no 3T22 [terceiro trimestre de 2022], para 181 milhões de euros, atingindo 440 milhões de euros nos 9M22”, acrescentando que “os elevados custos de energia e os preços na produção foram parcialmente suportados pelos negócios de forma a combater a inflação e apoiar as famílias, pressionando a estrutura de custos e conduzindo a uma redução das margens”.
No caso da Sonae MC, dona do Continente, entre outras marcas, o grupo destacou que durante o terceiro trimestre, “o ambiente macroeconómico desafiante, caracterizado por níveis de inflação e taxas de juro crescentes, continuou a afetar o poder de compra das famílias e a confiança dos consumidores”, adiantando que o “mercado de retalho alimentar português continuou a crescer, em termos homólogos, devido à inflação alimentar extraordinariamente elevada (16% no 3T e 11% nos 9M), o que compensou a redução dos volumes totais em consequência do aumento do custo de vida”.
As vendas da MC foram, no acumulado até setembro, de 4,3 mil milhões de euros, um crescimento de 10,6% em termos homólogos, sendo que este segmento “continua a enfrentar fortes pressões na sua estrutura de custos, dado os elevados custos recorde de energia juntamente com as medidas implementadas para proteger os seus clientes e reforçar a competitividade, suportando parte dos custos inflacionários”.
Por sua vez, a Worten “registou um sólido desempenho devido ao sucesso da sua proposta de valor omnicanal, combinando soluções de elevada conveniência com um portefólio alargado de produtos e serviços”, tendo em termos acumulados, obtido “um aumento do volume de negócios de 4,2% em termos homólogos” para 836 milhões de euros.
Por outro lado, no setor imobiliário, durante o terceiro trimestre “a Sierra registou um forte desempenho operacional em todas as áreas de negócio, em particular no seu portefólio de centros comerciais que apresentou um crescimento de vendas de 25,2%, em termos homólogos, e de 11,9% face ao 3T19, de forma consistente nas diversas geografias dos seus ativos”. O resultado líquido deste segmento atingiu, em termos acumulados, 45 milhões de euros, nos primeiros nove meses do ano.
Segundo a Sonae, no terceiro trimestre, “o retalho de moda continuou a apresentar uma tendência de crescimento, com um contributo positivo de todas as marcas do portefólio, apesar do contexto desafiante para os produtos de consumo discricionário (menores níveis de rendimento disponível devido à evolução da inflação e das taxas de juro)”, tendo o volume de negócios total da Zeitreel crescido 8% em termos homólogos “para 102 milhões de euros, com um contributo positivo de todas as operações de retalho, atingindo um crescimento sólido de 20% nos 9M22, para 276 milhões de euros”.