Vinho do Dão aumenta faturação no mercado externo no terceiro trimestre do ano

O presidente da Comissão Vitivinícola Regional (CVR) do Dão, Arlindo Cunha, manifestou hoje “satisfação” pela subida da valorização dos vinhos da região no mercado externo, no terceiro trimestre deste ano, assim como pelo aumento do volume de negócios.

Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), os vinhos do Dão apresentam um crescimento do valor do volume de negócios de 15,8% no mercado externo, comparado com igual período do ano passado.

No terceiro trimestre deste ano, os vinhos do Dão no estrangeiro tiveram um aumento de 14,8% no preço médio do litro, que passou de 3,33 euros para 3,82 euros, ou seja, mais 0,49 cêntimos que em 2021.

Também no volume de negócios o vinho do Dão registou um crescimento de 0,9% no mercado externo, ou seja, no terceiro trimestre deste ano foram vendidos 4.709.609 litros de vinho, comparado com os 4.668.737 de 2021.

“Tendo em conta o fator crise, os dados são bons, sobretudo o preço, já que a valorização do vinho é sempre uma das grandes lutas do produtor, o de ver o produto valorizado”, disse à agência Lusa Arlindo Cunha.

Este responsável não escondeu que “é com bastante agrado” que vê os dados do terceiro trimestre do ano, relativamente ao mercado externo do vinho do Dão, a “subirem desta forma”, apesar de reconhecer que “podem mudar a qualquer altura”.

“Num momento de grande instabilidade nos mercados mundiais, sobretudo pelas ameaças do abrandamento da economia, neste caso, para já, temos uma procura consistente e estável e que vem já de uma tendência de trás”, considerou.

Tendo em conta os dados positivos, Arlindo Cunha admitiu que os produtores estão “tranquilos e felizes, por enquanto, sobretudo no fator da valorização, mais do que pela quantidade que se vende, porque é isso que cria valor ao produtor” do vinho.

“O Dão caracteriza-se por estar em mercados que pagam bem, como é o caso dos Estados Unidos da América, Canadá, Brasil, Alemanha, Bélgica e Suíça e, só estes países representam mais de 80% das exportações do vinho do Dão”, contou.

Arlindo Cunha justificou que “em todos estes mercados há um nível de rendimento bastante elevado e, portanto, há consumidores que estão dispostos a pagar um bom preço por um bom produto como é o vinho do Dão”.

Estes números, sustentou ainda o responsável, também são fruto de um “forte investimento” da CVR na promoção externa do vinho, já que “cerca de 40% do orçamento é para promover lá fora o Dão, porque os vinhos são um mercado muito concorrencial”.

“É preciso fazer muita promoção para se ter alguma notoriedade no mercado do vinho, principalmente nestes onde é mais valorizado, tendo em conta a enorme, diria mesmo maciça, concorrência que existe”, sublinhou.


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