No Baixo Mondego existe um sistema de rede meteorológica, que disponibiliza informação gratuita aos agricultores, que também são avisados por SMS. Na Sovena e na Herdade do Monte Branco os sistemas de rega fazem a diferença.
“É possível poupar”, afirma António Russo, professor adjunto na Escola Superior Agrária de Coimbra e consultor técnico da Associação de Beneficiários do Baixo Mondego, e justifica: “O nosso sistema hidráulico é muito simples, nada que se assemelhe ao controlo avançado dos canais do Alqueva”.
O aproveitamento hidroagrícola do Baixo Mondego compreende a área que vai de Coimbra à Figueira da Foz, inclui o vale principal do rio Mondego e alguns vales secundários nas suas margens, num total que ronda os 12 mil hectares. O sistema tem funcionado graças aos recursos hídricos “bastante generosos” da região, mas existe preocupação quer da Associação de Beneficiários do Baixo Mondego quer da Agência Portuguesa do Ambiente, diz.
No presente, faz-se o trabalho de casa possível. “Falar com os agricultores para pouparem água nas medidas das suas capacidades tecnológicas”, adianta. Nesse sentido, revela António Russo, foi lançado há cerca de dois anos um sistema de rede meteorológica, que disponibiliza informação gratuitamente aos agricultores através de um plataforma. Mais. Todas as quartas-feiras é enviado aos agricultores constantes da ‘mailing list’ da assoicação um aviso de rega, sobretudo para o milho e para a batateira. O recurso às redes sociais para passar a mensagem é prática da casa, o problema é que os pequenos agricultores são parcos em recursos tecnológicos.
Além da comunicação, a Associação de Beneficiários do Baixo Mondego tem vindo a apostar fortemente na experimentação, desenvolvendo projetos com a Escola Superior Agrária de Coimbra. O professor exemplifica com projetos internacionais dedicados ao aumento da existência da água no arroz, que decorrem no terreno há cerca de quatro anos. Os resultados, quando forem apurados, serão partilhados com a comunidade.
António Russo lembra que a região do Baixo Mondego sempre viveu com muitos problemas de inundações ao longo dos séculos. Nos anos oitenta foi objeto de uma grande obra de intervenção que permitiu regularizar o rio e levou à atual configuração da componente hidroagrícola. “É uma obra que ainda não está concluída ao fim destes 40 anos, mas acreditamos que um dia será…” No novo desenho do Baixo Mondego sobressai o milho, que ocupa hoje uns 5.000 hectares, tantos […]