Os problemas com falta de água não estão lá longe, mas também por cá. Atores do sector apresentam soluções para evitar a escassez e melhorar a eficiência em Portugal.
Mais de mil milhões de pessoas (incluindo 450 milhões de crianças) vivem em áreas de elevado risco de falta de água. Em Portugal, no final de outubro 32 das 59 albufeiras registavam níveis inferiores a 40% do volume total. A situação era mais dramática nas albufeiras do Barlavento (apenas 9% do total face à média histórica de 55%), Mira (35% vs 68%), Sado (36% vs 43%) e Arade (36% vs 37%). Mas se estes são os valores mais baixos, existem outras albufeiras onde, apesar dos valores serem mais altos, o intervalo é maior face à média histórica: Guadiana (60% vs 73%), Tejo (47% vs 62%), Douro (47% vs 57%), Oeste (44% vs 50%) e Cávado (47% vs 59%).
O JE contactou com reguladores, empresas e especialistas para avaliar a atual situação em Portugal e tentar procurar soluções para o tema da falta de água.
A presidente da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) destaca que a “água é um bem escasso. É verdade que ela existe por todo o país, mas os seus usos são conflituantes e os custos necessários para a levar até à torneira dos 10 milhões de consumidores são significativos, havendo todo um conjunto de atividades necessárias para garantir que essa água é segura, que o serviço é prestado com boa qualidade e a preços acessíveis. Começando por este último aspeto, os preços da água em Portugal são economicamente acessíveis. Em média, o encargo para os utilizadores finais com os serviços de abastecimento de água e de saneamento de águas residuais é de cerca de 20€/mês, o que constitui um valor inferior a 1% do rendimento médio disponível das famílias em todos os municípios, um valor considerado internacionalmente como sendo acessível. A água em Portugal é também perfeitamente segura para o consumo humano: 99 % das análises realizadas em Portugal estão em conformidade com os padrões mais exigentes definidos a nível europeu. No que respeita à qualidade do serviço, temos uma situação mais heterogénea entre as várias entidades, pelo menos no que diz respeito à eficiência operacional, em particular no que diz respeito às perdas de água. Existem operadores que estão ao nível dos melhores a nível internacional, mas existem também outros que, por falta de conhecimentos técnicos, por falta de priorização destes investimentos, ou por falta de recursos financeiros para o fazer, porque possivelmente não estão a cobrar uma tarifa que permita assegurar esse financiamento, se encontram no nível […]