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“Falamos de Pedrógão Grande, mas estamos a falar do mundo inteiro”: “Sopro do Diabo”, o filme produzido por Leonardo DiCaprio sobre o incêndio de 2017

Vítor ficou gravemente ferido, Nádia perdeu a família, Sérgio combateu o fogo, Sofia quer reflorestar a região: estes são os quatro portugueses que protagonizam o documentário sobre o incêndio de Pedrógão Grande. Está este fim de semana nos cinemas

Vítor foi apanhado pelo incêndio quando estava a trabalhar no campo, na zona de Pedrógão Grande, no dia 17 de junho 2017. Tentou fugir no carro, mas os pneus derreteram. Sentiu a pele a queimar no rosto, e nem sequer foi o fogo, foi só o calor. Sentiu as mãos a arder quando o temóvel entrou em combustão, também devido ao calor extremo. Vítor achou que ia morrer. Foi Sérgio que o arrastou para o carro dos bombeiros e que o levou, por entre as chamas, a toda a velocidade. Ele lembra-se de pouco. Esteve quatro meses em coma e, cinco anos depois, ainda está a reaprender a viver. Guarda no corpo as cicatrizes terríveis daquele dia em que morreram 66 pessoas no mais trágico incêndio ocorrido em Portugal.

A sua história, e a de outros soreviventes, é contada agora em “From Devil’s Breath – O Sopro do Diabo“, curta-metragem documental, realizada pelo britânico Orlando Von Einsiedel, vencedor de um Óscar em 2017 com outra curta documental, “Os Capacetes Brancos”, sobre voluntários de equipas de socorro, na guerra da Síria. O filme, produzido pelo ator e ativista climático Leonardo DiCaprio, tem sido apresentado em festivais de cinema e está este fim de semana em exibição nas salas, um pouco por todo o país.

No domingo, “O Sopro do Diabo” é exibido no canal norte-americano MSNBC, no âmbito da série documental “Tipping Point”, do apresentador Trevor Noah e da produtora Time Studios. Depois, fica disponível na plataforma de streaming Peacock.

O jornalistas português Tiago Carrasco que, tal como a jornalista Catarina Fernandes Martins, participou na produção, recorda-se que tudo começou em dezembro de 2018. Habituado a trabalhar como “fixer”, ou produtor local, para jornalistas estrangeiros que vêm a Portugal, Tiago foi contactado pela produção que lhe pediu para ir para o terreno e “fazer um levantamento” com o objetivo de encontrar “as melhores histórias”. Tiago, que conhecia bem a zona, por causa das muitas férias que ali passou, e que tinha acompanhado os incêndios de Pedrógão em reportagem para a revista “Sábado”, conta à CNN Portugal […]

Veja a reportagem na CNN Portugal.


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