Apesar de uma cobertura plena e de uma boa qualidade da água, especialistas ouvidos pelo JE alertam que a fraca eficiência está por detrás de um desperdício de cerca de 29% da água não-faturada, isto é, perdida na rede.
O sector da água tem feito “um percurso incrível” no que diz respeito à cobertura da rede e qualidade da água, mas há problemas que persistem ao nível da eficiência, consideram especialistas ouvidos pelo Jornal Económico (JE). Em causa estará uma “fraca cultura de eficiência”, num país que consome mais água per capita do que aquela que tem à sua disposição.
Do “ponto de vista da continuidade [da rede] e da qualidade da água”, o sector tem dado passos largos nas últimas décadas, considera o CEO do Grupo AGS, João Feliciano. “Temos praticamente acesso universal e temos qualidade na água”. Contudo, no sentido contrário, há muito a fazer no que diz respeito ao desperdício, eficiência e sustentabilidade – não só do recurso em si, como da rede de distribuição, que está envelhecida, avisa o mesmo.
“Já do ponto de vista da eficiência, estamos pior. Naquilo que é a gestão e eficiência esperada dos sistemas urbanos de água, estamos bem pior. A eficiência das nossas redes, na água não-faturada, fizemos um percurso muito menor. Passámos de 31% de água não-faturada em 2011 para 29% em 2022 – ou seja, 2% de aumento de eficiência”, em 11 anos. Há um contexto, admite Feliciano, “mas esse é um dos desafios da componente urbana”.
Ainda assim, refere, “o consumo urbano não representa uma fatia importante daquilo que são os usos da água”. Atualmente, e segundo […]