Há um ano estávamos em 16.º, agora estamos em 14.º. Mas continua a não haver ninguém em 1.º, 2.º e 3.º: não há países com políticas ambientais suficientemente ambiciosas, diz a avaliação.
No mais recente Índice de Desempenho das Alterações Climáticas (CCPI 2023), que avalia aquilo que diferentes nações mundiais estão a fazer em termos de política climática para mitigar as suas emissões de gases com efeito de estufa (GEE) e proteger o planeta, Portugal ocupa a 14.ª de 59 posições. Subimos dois lugares face à avaliação do ano passado, continuando a melhorar.
Baseando-se em estatísticas de organizações como a Agência Internacional de Energia — e também em avaliações qualitativas de peritos —, o CCPI é um relatório anual da Germanwatch (organização ambiental sem fins lucrativos) e do NewClimate Institute (think tank que, como a Germanwatch, é alemão). Apresentado esta segunda-feira na cidade egípcia de Sharm el-Sheikh, onde decorre a Cimeira do Clima de 2022 (COP27), o novo CCPI volta a ter um “pódio” vazio: uma vez mais, considerou-se que nenhum país tem políticas ambientais suficientemente ambiciosas para sermos capazes de limitar o aumento global da temperatura a 1,5 graus Celsius face aos níveis pré-industriais.
Quer isto dizer que há só dez e não 13 países à frente de Portugal. Segundo a associação ambientalista Zero, que, juntamente com a Quercus, ajudou a Germanwatch e o NewClimate Institute a realizar a avaliação portuguesa, melhorámos no ranking sobretudo por causa do fecho recente das centrais a carvão e da aprovação no Parlamento da Lei de Bases do Clima — que tornou metas como a da redução das emissões de GEE e a da neutralidade carbónica mais ambiciosas.
Sobre os GEE, o texto diz que temos de, até 2030, baixar as emissões em 55% face aos valores de 2005. “Antes da aprovação do diploma, a meta estava nos 45%”, recorda Pedro Nunes, da Zero. Sobre a neutralidade carbónica, antecipa-se de 2050 para 2045 o ano em que temos de atingir este importante objectivo.
Pedro Nunes considera que “o mais fácil está feito”. “Era fácil fecharmos as centrais a carvão, que não eram importantes para a estabilidade do nosso sistema eléctrico (conseguimos viver bem com as energias renováveis, o gás natural e as importações). Também era fácil aprovarmos a Lei de Bases […]