O Dia da Floresta Autóctone 2022, assinalado a 23 de novembro, é comemorado durante este mês através de várias iniciativas municipais de doação de árvores destinadas a projetos de reflorestação. Conheça cinco das que estão a decorrer: Guimarães, Vila Nova de Famalicão, Lousada, Vila Nova de Poiares e Torres Vedras.
A partir de novembro e até finais de fevereiro, as condições climatéricas são habitualmente ideais para a plantação de árvores em Portugal. A temperatura mais baixa e a precipitação são aspetos favoráveis, menos frequentes na data em que se assinala o Dia Mundial da Floresta, 21 de março, com condições meteorológicas mais propícias a plantações nos países do norte da Europa.
Foi este o motivo que levou à instituição do Dia da Floresta Autóctone a 23 de novembro, assinalando a época mais adequada à instalação de novas árvores, nomeadamente das espécies que são naturais de regiões temperadas.
A data tem sido, assim, celebrada ano após ano com iniciativas de florestação e reflorestação, em zonas urbanas e rurais. O Dia da Floresta Autóctone 2022 não é exceção, com variadas ações promovidas por associações, empresas e municípios.
5 ações municipais no Dia da Floresta Autóctone 2022
A doação de árvores para plantação é comum a muitas das iniciativas. Fique a par de alguns destes projetos, saiba onde e quando decorrem e como pode beneficiar das árvores doadas ou participar em ações comunitárias:
1. Projeto Limp.AR, Guimarães
Em Guimarães está de novo a decorrer a entrega de árvores a escolas do concelho no âmbito do projeto Limp.AR, financiado pelo Fundo Ambiental do Ministério do Ambiente e da Ação Climática. No ano passado foram doadas 85 árvores autóctones, uma a cada escola pública, profissional e privada da cidade para plantação no Dia da Floresta Autóctone 2022.
A iniciativa é dirigida à comunidade estudantil de Guimarães e pretende sensibilizar os jovens para a importância ambiental e económica da floresta autóctone. Das espécies doadas destacam-se o abrunheiro-bravo (Prunus spinosa), o carvalho-alvarinho (Quercus robur), o castanheiro (Castanea sativa), o medronheiro (Arbutus unedo) e o pilriteiro (Crataegus monogyna).
As árvores deverão ser recolhidas no Laboratório da Paisagem e as escolas são incentivadas a registar fotograficamente o momento, partilhando-o no e-mail pegadas@cm-guimaraes.pt – contacto através do qual poderá saber mais sobre esta iniciativa.
2. Projeto “30 mil árvores para 2030”, Vila Nova de Famalicão
Inserida no projeto “30 mil árvores para 2030” – meta ambiental estipulada pela Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão e que visa reflorestar o território do concelho –, a iniciativa está marcada para 26 de novembro. A aposta é feita na doação de árvores em sete freguesias do concelho, nomeadamente Vermoim, Carreira, Lousado, Seide, Gondifelos, Castelões e Vilarinho das Cambas.
Entre as espécies de árvores e arbustos que serão oferecidos aos munícipes contam-se o alecrim (Salvia rosmarinus), o azevinho (Ilex aquifolium), a macieira (Malus domestica), a cerejeira (Prunus avium) e a urze (Erica cinerea). A entrega será feita de manhã, entre as 10h00 e as 12h00, nas Juntas de Freguesia de Vermoim e Carreira, na Estação Ferroviária de Lousado e no Parque da Freguesia de Seide S. Miguel, e à tarde, entre as 14h30 e as 16h30, na Junta de Freguesia de Castelões e Vilarinho das Cambas, e no salão da Residência Paroquial de Gondifelos.
Para mais informações sobre este projeto da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, contacte por e-mail (camaramunicipal@famalicao.pt) ou pelo telefone 800 292 827.
3. Iniciativa “Plantar Lousada no seu Quintal”, Lousada
A Câmara Municipal de Lousada, com o apoio da associação BioLiving, disponibiliza na edição deste ano da iniciativa “Plantar Lousada No Seu Quintal” vinte mil árvores autóctones aos seus munícipes. Objetivo? Incentivar a plantação de árvores no concelho.
Para o munícipe receber gratuitamente até 15 árvores de uma lista de 27 espécies possíveis – que inclui a aveleira (Corylus avellana), o carvalho-alvarinho (Quercus robur), o carvalho-negral (Quercus pyrenaica), o castanheiro (Castanea sativa) e o sobreiro (Quercus suber) –, basta submeter um pedido através de um formulário ou, caso pretenda receber mais de 15 árvores, através de formulário de candidatura (a disponibilizar pela autarquia).
Depois da iniciativa que assinala o Dia da Floresta Autóctone 2022, em dezembro, regressa também a iniciativa ‘Plantar Lousada no Natal’ que irá oferecer vales que valem árvores autóctones: por cada 35 euros gastos em compras no comércio tradicional e nas grandes superfícies do concelho, o munícipe é presenteado com um de vinte mil vales, representando uma árvore que deverá ser recolhida no EcoCentro Municipal de Lousada. As árvores e arbustos são de menor porte – como o alecrim (Salvia rosmarinus), o azevinho (Ilex aquifolium), o medronheiro (Arbutus unedo) ou a murta (Myrtus communis) – selecionados por serem adequados a espaços mais pequenos, explica a entidade.
Para mais informações sobre estas iniciativas da Câmara Municipal de Lousada, contacte por e-mail (biolousada@cm-lousada.pt) ou pelo telefone 255 820 500.
4. Programa “A Nossa Floresta”, Vila Nova de Poiares
A Câmara Municipal de Vila Nova de Poiares, no distrito de Coimbra, oferece até 300 plantas autóctones a cada habitante, através de uma nova edição do programa “A Nossa Floresta”. O objetivo é incentivar “os proprietários florestais a criarem uma floresta mais resiliente e mais diversificada” e, com ela, promover maior sustentabilidade ambiental e económica.
Para os poiarenses se candidatarem basta serem proprietários, usufrutuários ou arrendatários de parcelas no concelho, terem mais de 18 anos e direitos sobre os terrenos florestais onde desejam levar a cabo a plantação.
As candidaturas decorrerão enquanto houver árvores para doação. Para obter mais informações sobre o programa “A Nossa Floresta”, consulte o regulamento ou contacte o Gabinete Técnico Florestal da Câmara Municipal de Vila Nova de Poiares através de e-mail (geral@cm-vilanovadepoiares.pt) ou pelo telefone 239 420 850.
5. Movimento Plantar Portugal, Torres Vedras
Pelo 13.º ano consecutivo, a Câmara Municipal de Torres Vedras vai oferecer árvores autóctones no âmbito do Movimento Plantar Portugal, entre 15 e 30 de novembro. Cidadãos, escolas e freguesias são convidados a assinalar o Dia da Floresta Autóctone, reflorestando e promovendo estas espécies.
As árvores serão recolhidas nos Viveiros Municipais de Torres Vedras ou no Centro Municipal Florestal, em formato de drive-in – os interessados devem dirigir-se com o seu automóvel até ao ponto de recolha e colocar as árvores no carro.
Carvalho-português (Quercus faginea), carvalho-alvarinho (Quercus robur), freixo (Fraxinus angustifolia), bétula (Betula pubescens) ou loureiro (Laurus nobilis) são algumas das espécies disponibilizadas gratuitamente. A doação de árvores para reflorestamento está limitada a 15 plantas por pessoa ou entidade e está limitada ao stock existente.
Conheça as datas e locais em que pode recolher as árvores doadas através do site do município. Para mais informações acerca desta iniciativa, contacte a Câmara Municipal de Torres Vedras através do telefone 261 320 769 ou pelo e-mail gtf@cm-tvedras.pt.
3 factos sobre as espécies autóctones na floresta portuguesa:
- As espécies autóctones representam 72% da floresta portuguesa, segundo o 6.º Inventário Florestal Nacional (IFN6) do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF);
- 61% desta floresta é composta por quatro espécies, plantadas no passado e, entretanto, disseminadas no território português: o pinheiro-bravo (Pinus pinaster), o sobreiro (Quercus suber), a azinheira (Quercus rotundifolia) e o pinheiro-manso (Pinus pinea);
- Outras árvores autóctones representam os restantes 11% da floresta autóctone. São exemplos a alfarrobeira (Ceratonia síliqua), o amieiro (Alnus glutinosa), o bidoeiro (Betula spp.), o carvalho-negral (Quercus pyrenaica), o carvalho-português (Quercus faginea), o carvalho-roble (Quercus robur), o castanheiro (Castanea sativa), o medronheiro (Arbutus unedo) e o pinheiro-silvestre (Pinus sylvestris).
O artigo foi publicado originalmente em Florestas.pt.