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A chave da digitalização para as economias rurais

O ‘ecossistema de inovação’ de La Rioja apoia a digitalização

No início deste mês, os parceiros do projeto Bio-Based Digital Twins project (BBTWINS) reuniram-se na reconhecida região vinícola de La Rioja para reuniões técnicas sobre o desenvolvimento da plataforma digital para os dois casos de estudo no setor das indústrias agroalimentares. O coordenador do projeto, CTIC-CITA, com sede em La Rioja, juntamente com os parceiros restantes parceiros do projeto, PMEs inovadoras, institutos de investigação e clusters de bioeconomia – incluindo três empresas espanholas que representam os principais setores de TI – estão trabalhando para desenvolver uma nova plataforma digital para os dois casos de estudo – Portesa, um produtor integrado de suínos situado em Espanha, e a Dimitra, uma cooperativa de pêssegos situada na Grécia.

“Combinar o financiamento para inovação com a experiência local é fundamental para impulsionar as economias e o emprego local.”

  • Nathalie Beaucourt, Representante da Direção Geral de Reindustrialização, Inovação e Internacionalização, Governo de La Rioja

Abrindo o último dia de reuniões, a Sra. Beaucourt deu uma visão geral da Estratégia de Especialização Inteligente (S3) da região. Ela enfatizou a importância do financiamento da inovação para promover e estimular o talento local que contribuirá para alcançar objetivos maiores da indústria e de toda a UE, como o EU Green Deal e o 2030 Digital Compass.

Integrando muitas tecnologias de ponta, como blockchain, inteligência artificial, big data, análise de software, simulação computacional de processos agroalimentares e Internet das Coisas (IoT), o projeto BBTWINS é um exemplo de liderança bem-sucedida de inovação e digitalização em áreas rurais. Apesar de ser a menor região da Espanha, La Rioja é também a mais inovadora, com o governo regional – um ávido apoiador do projeto BBTWINS desde a sua criação – fazendo grandes esforços para digitalizar a região.

Os benefícios esperados da tecnologia BBTWINS incluem a redução de matérias-primas (alimentos, suplementos, matéria-prima, etc.) e custos de transporte em até 25%, enquanto os sistemas de rastreabilidade integrados, baseados em blockchain, podem informar os consumidores sobre a origem dos produtos, melhorando a segurança alimentar com fluxos para unidades de processamento e tempos de entrega mais rápidos. A valorização de resíduos é também uma componente chave do projeto, com a validação de novos produtos para a bioindústria, como nutracêuticos, fertilizantes e concentrados proteicos, proporcionando novas possibilidades de receitas para os produtores de alimentos.

De acordo com um relatório divulgado em outubro de 2022 pelo Bio-based Industries Consortium (BIC), a bioeconomia da UE está mais forte do que nunca, com um volume de negócios de €2,4 triliões – o setor de alimentos e bebidas responde por metade desse total. No entanto, com o valor da bioeconomia da UE projetado para atingir €3 triliões até 2050 e três quartos da força de trabalho da bioeconomia empregada no setor agroalimentar, as habilidades destes recursos humanos precisam acompanhar as ondas digitais e verdes que continuarão a moldar o futuro da UE para garantir que essas transições sejam realizadas a nível local, acenando para uma nova era de habilidades. Assim, o impacto das transições impostas pelos gémeos digitais sobre as necessidades de emprego e habilidades são, portanto, questões centrais. Estima-se que a transição verde da UE leve a um aumento líquido de 884.000 empregos até 2030.

Em outubro de 2022, a Comissão Europeia anunciou 2023 como o Ano Europeu das Competências; embora a eliminação do défice de competências seja crucial para impulsionar a inovação e a competitividade da economia europeia, as competências digitais são urgentemente necessárias. Estima-se que 70% das empresas consideram a falta de pessoal com competências digitais um obstáculo ao investimento, com quase metade da população da UE com pouco ou nenhum nível de competências digitais. Especialmente nas áreas rurais, onde reside 30% da população da UE, as competências digitais ficam 14 pontos percentuais atrás dos habitantes urbanos da UE em 48% contra 62%, respetivamente. Essa disparidade demostra a necessidade urgente de estratégias locais de inovação, como o S3 de La Rioja, para capacitar os atores locais a investir e alavancar essas mudanças. “Sem implementação local, uma verdadeira transformação verde e digital simplesmente não é possível”, conclui Beaucourt.

Fonte: Projeto BBTWINS


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