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Após os incêndios florestais, segue-se uma simplificação dos ecossistemas

Uma das maiores ameaças à biodiversidade em Portugal neste momento são os fogos florestais, que se repetem anualmente, dizem os cientistas com quem o PÚBLICO falou.

Quais são, actualmente, as maiores ameaças à biodiversidade em Portugal? “Para lhe dar uma hierarquia, diria que são os incêndios florestais. Mais ainda do que a agricultura, porque não estamos a ter capacidade para regenerar após os incêndios, e isso está a levar a uma simplificação muito acelerada dos nossos ecossistemas”, disse Helena Freitas, professora na Universidade de Coimbra e especialista em biodiversidade e desenvolvimento sustentável.

“Na maior parte dos contextos, o que temos a seguir [aos incêndios florestais] é uma invasão de espécies exóticas, e a instalação de espécies menos exigentes. Estamos a perder a produtividade dos solos”, explica. “Deixámos de cuidar da floresta. Desligámo-nos de uma floresta que era, em muitos casos, um mosaico agro-florestal. Isso tem desaparecido e acentuou-se com os fogos florestais.”

“Com os incêndios perde-se brutalmente a biodiversidade, baixa na vertical”, concorda Jorge Paiva, botânico e ecólogo da Universidade de Coimbra. “Temos tido incêndios todos os anos e a espécie humana aqui em Portugal não soube fazer floresta. Floresta é um ecossistema que tem várias espécies de árvores. Um pinhal só tem uma espécie de árvore, não é uma floresta. Um eucaliptal não é uma floresta”, salienta.

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