O presidente cessante da empresa pública de gestão florestal, Rui Gonçalves, é hoje ouvido sobre a sua demissão na comissão de Agricultura da Assembleia da República, por requerimento potestativo do PSD, após ‘chumbo’ do PS.
Em 12 de outubro, fonte da Florestgal disse à Lusa que Rui Gonçalves, que tinha assumido o cargo em agosto de 2021, foi demitido pelo Ministério do Ambiente, que recusou avançar as razões que levaram à cessação de funções.
No final de setembro, o então presidente da empresa publicou um artigo de opinião no jornal Público no qual teceu várias críticas ao sistema, apontando para a “inutilidade” que a prevenção estrutural assumiu no combate às chamas no fogo da Serra da Estrela, em agosto, assim como para problemas de descoordenação do combate ao incêndio, com “demasiados agentes” no terreno.
O presidente cessante da Florestgal escusou-se a prestar, na altura, quaisquer esclarecimentos sobre a demissão.
Rui Gonçalves foi o segundo presidente na história da Florestgal, criada em 2018, e que teve como primeiro líder o antigo deputado socialista José Miguel Medeiros, que esteve à frente da empresa até 2021, quando João Pedro Matos Fernandes, na altura ministro do Ambiente, optou por não o reconduzir no cargo.
A empresa, com sede em Figueiró dos Vinhos, no distrito de Leiria, foi criada após os grandes incêndios de 2017.