Mau tempo. Proteção Civil fala em aviso vermelho tardio do IPMA

A diretora do serviço municipal de Proteção Civil de Lisboa adiantou em conferência de imprensa que a entidade monitorizou desde segunda-feira o fenómeno meteorológico que deixou a cidade de Lisboa alagada, referindo ainda que o aviso vermelho do IPMA só surgiu às 23h00 de quarta-feira, quando “o fenómeno estava mais que implementado”.

“Foi na terça-feira ainda durante a manhã que emitimos o aviso às juntas de freguesia, aos serviços operacionais, à população também”, ainda antes de ter saído o aviso do IPMA, explicou.

Margarida Castro Martins frisou que o aviso do IMPA só veio a sair pelas 14h00 de terça-feira, dia 6. “Foi um aviso amarelo, no dia 7 o aviso passou a laranja, e ontem só por volta das 23h00 é que o aviso passou a vermelho”, sendo que às 23h00 “já o fenómeno estava mais que implementado”.

A responsável disse ainda que a Proteção Civil mantém sempre um “contacto muito próximo com o IPMA” e que geralmente emite alertas ainda antes do Instituto do Mar e da Atmosfera.

“O que sentimos é que as pessoas começam talvez a desvalorizar os avisos que recebem do IPMA”, declarou.

Esta quinta-feira, o presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera explicou à RTP que a resposta vai sendo adequada conforme a evolução das condições adversas, sendo que inicialmente decidiu emitir um aviso laranja, “o segundo mais grave”.

“A emissão deste aviso é feita em função dos modelos de previsão e da nossa avaliação desses modelos. Neste caso, nós emitimos o aviso laranja quando tínhamos informação para isso”, sublinhou Jorge Miguel Miranda.

À RTP, o climatologista Mário Marques defendeu que a situação estava identificada há uma semana e acusou as autoridades de falta de prevenção e de planeamento, falando numa “estratégia sem qualquer orientação a médio e longo prazo”.

“Esta questão é recorrente naquelas localidades de Alcântara, Algés e outras áreas de Lisboa, assim como é recorrente noutras áreas do país”, declarou.

Segundo o especialista, uma das formas para minimizar o risco será não expor a população e avisar de forma antecipada. “Neste caso, teríamos de agir mais antecipadamente, de uma forma preventiva, alertando as populações”, acrescentou.

O mau tempo na última noite fez uma vítima mortal em Algés. Era uma mulher de 55 anos que vivia numa cave que ficou inundada.

Duas pessoas sofrearam ferimentos ligeiros. A Proteção Civil registou mais de 400 ocorrências, a grande maioria na zona da grande Lisboa.

Oeiras, Amadora e Lisboa foram concelhos fortemente atingidos, com a chuva torrencial a inundar várias ruas e passagens inferiores, deixando também dezenas de carros submersos.

Veja a reportagem em RTP.


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