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Investigadores querem tornar castanheiro mais tolerante às alterações climáticas

Investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) lideram um projeto que visa tornar o castanheiro mais tolerante às alterações climáticas, em particular, em zonas onde a falta de água e os picos de temperatura são “alarmantes”.

Em comunicado, a FCUP adianta hoje que o projeto, também liderado por investigadores do GreenUPorto – Centro de Investigação em Produção Agroalimentar Sustentável, foi recentemente distinguido com um financiamento de 250 mil euros pelo Programa Promove da Fundação “La Caixa”.

Citada no comunicado, a investigadora e líder do projeto, Fernanda Fidalgo, esclarece que o projeto pretende “contribuir para uma melhor gestão dos sistemas agroflorestais” do parque Nacional de Montesinho, em Bragança, que é “o principal ‘hotspot’ de castanheiro em Portugal”.

O objetivo do projeto, que arranca no próximo ano, é tornar o castanheiro mais resiliente às alterações climáticas, em particular, em zonas onde a falta de água e os picos de temperatura “são alarmantes”.

Nesse sentido, os investigadores vão desenvolver estratégias para “aumentar a tolerância do castanheiro às alterações climáticas”, selecionando e desenvolvendo “tolerantes” de castanheiro, o que contribui “para valorizar a produção da castanha em Portugal”.

O projeto vai ter por base duas técnicas já descritas, nomeadamente, o ‘stress priming’ e a micorrização.

“No ‘stress priming’, as plantas são expostas a condições controladas de ‘stress’ moderado de modo que criem ou desenvolvam memória, tal como acontece nos animais, que lhes permitirá responder mais prontamente, em termos de defesa, a uma situação futura de stress”, acrescenta, também citado no comunicado, o investigador Cristiano Soares.

De acordo com o investigador, é como se as plantas recebessem “uma vacina” para que, em caso de necessidade, seja desencadeado um conjunto de respostas, “permitindo um melhor desempenho fisiológico em situação de ‘stress’”.

Os investigadores vão ainda explorar a potencialidade das micorrizas na proteção do castanheiro contra os efeitos das alterações climáticas, isto é, uma “associação entre fungos e as raízes das plantas que contribui para uma melhor absorção de água e de nutrientes”.

Para testar a aplicação destas estratégias, os investigadores vão recorrer a ensaios laboratoriais e a experiências de campo, previstas a serem desenvolvidas no Parque Natural de Montesinho.

O projeto conta ainda com a colaboração de investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), do Instituto Politécnico de Bragança e com a empresa portuguesa de biotecnologia vegetal Deifil.


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