Espanha tem sob “especial vigilância” os caudais dos rios da bacia do Douro por causa das chuvas e a possibilidade de serem ultrapassados níveis de alerta em vários pontos atendendo à subida das águas, disse hoje um organismo oficial.
A Confederação Hidrográfica do Douro, um organismo tutelado pelo Ministério para a Transição Ecológica e o Desafio Demográfico de Espanha, revelou, num comunicado, que “mantém uma especial vigilância sobre os rios da bacia perante o aumento dos caudais provocado pelas chuvas”, especialmente nos rios das províncias de Salamanca (que faz fronteira com Portugal), Ávila e Segóvia.
O organismo acrescentou que se espera um aumento dos caudais que pode levar a que sejam ultrapassados os limites de “aviso hidrológico” estabelecidos para 16 rios da bacia do Douro, incluindo o caudal do próprio Douro, na província de Valladolid.
O Douro é um dos rios internacionais da Península Ibérica e tem uma gestão de caudais partilhada entre Portugal e Espanha.
“De acordo com o último relatório de inundações fornecido pelo Sistema de Informação Hidrológica do Douro (SAIH), não existem atualmente estações de controlo na bacia [em Espanha] que excedam os limiares de alerta estabelecidos”, ressalvou a Confederação Hidrográfica do Douro.
Segundo este organismo, a bacia do Douro está agora com água em 43% da sua capacidade total, com 1.234,8 hectómetros cúbicos armazenados, depois de meses de seca com as reservas em valores mínimos recorde.
A Confederação Hidrográfica do Douro é o organismo em Espanha encarregado da gestão das águas na bacia do rio Douro, que abarca mais de 83.000 quilómetros de caudais dispersos por sete regiões espanholas.
Em Portugal, os planos de cheias das bacias do Douro e do Tejo foram elevados para o alerta amarelo, segundo a Proteção Civil, que avisou hoje ainda para a possibilidade de cheias em vários outros rios e ribeiras do continente.
Numa conferência de imprensa na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em Carnaxide, Oeiras, o comandante nacional, André Fernandes, salientou que, depois de ter sido acionado em Santarém o Plano Especial de Emergência para Cheias na Bacia do Tejo, no nível amarelo, também na bacia do rio Douro foi acionado o plano de cheias para o nível amarelo.
Além destes dois rios, André Fernandes destacou que se mantêm os alertas e os avisos já efetuados para diversas bacias hidrográficas devido às previsões de chuva forte e persistente durante a tarde, nomeadamente dos rios Minho, Lima, Cávado, Ave e Vouga, no Norte, além das bacias do Mondego e do Liz, no Centro.
Também se mantêm os avisos para a ribeira do Livramento, na bacia do Sado, no distrito de Setúbal, e para o rio Degebe, na bacia hidrográfica do Guadiana, em Évora. Também as ribeiras do Algarve podem ser afetadas.
Entretanto, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) reduziu hoje à tarde de laranja para amarelo o aviso meteorológico de precipitação para os distritos de Lisboa e Setúbal.
Na atualização de avisos meteorológicos feita pelo IPMA ao final da manhã, todos os distritos de Portugal continental estavam com aviso laranja (o segundo mais grave de uma escala de quatro) de precipitação, à exceção de Bragança.
Segundo a última atualização feita na página da Internet do IPMA, os distritos de Lisboa e Setúbal passaram para aviso amarelo, o qual prevê aguaceiros por vezes fortes e acompanhados de trovoada.