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ANEFA organiza Jornadas Técnicas para discutir as perspetivas de trabalho para os próximos anos para as empresas do setor agroflorestal em Portugal

Empresas da esfera agroflorestal reuniram-se, a 13 de dezembro, no Centro Nacional de Exposições, em Santarém, para debater o estado de saúde do setor florestal e concertar medidas concretas para potencializar o seu crescimento e viabilidade económica. Num encontro que contou com o apoio do Crédito Agrícola e o patrocínio das empresas Moviter, Herkulis, Unitractores e STET Florestal, houve lugar à exposição de maquinaria comercializada pelas empresas patrocinadoras.

A segurança no trabalho, a falta de mão de obra no setor florestal, a formação profissional e a falta de investimento na floresta foram alguns dos temas em discussão, bem como a suspensão da atividade das empresas do setor em meses de elevado risco de incêndio, a falta de compensação às empresas afetadas, a proibição de novas arborizações de espécies como o eucalipto, o cumprimento do Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados na plataforma do Sistema de Informação do Manifesto de Corte (SiCorte) e o sistema de avaliação para a atribuição de fundos comunitários foram também alguns dos temas que marcaram o debate, uma vez que afetam diretamente a atividade das empresas.

As Jornadas ficaram marcadas não apenas pela promessa do Governo, na qualidade do secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território, João Paulo Catarino, de que está consciente dos desafios que o setor florestal enfrenta e que o Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) contempla um importante investimento para o setor florestal, mas também pela importância estratégica de se fomentar a valorização das carreiras no setor, a formação técnico-profissional para a captação de talento jovem, a necessidade de colaboração entre o sistema de ensino e as empresas, e a qualificação dos profissionais já integrados.

Sobre a paralisação da atividade das empresas, destacou-se a necessidade de análise e hierarquização das operações realizadas na floresta e consequente atribuição de um coeficiente de risco das atividades, com o intuito de assegurar a realização de operações que podem ajudar a diminuir o risco de incêndio.

A intervenção do poder político, na revisão da constituição sobre a paralisação das empresas, é de extrema importância, bem como a existência de uma estrutura de informação que minimize a interrupção das atividades, tendo em conta a sobrevivência das empresas e a garantia da manutenção dos postos de trabalho dos seus colaboradores em alturas de paralisação forçada.

A necessidade de se alterar com urgência a narrativa sobre o setor florestal e de separar a floresta do fogo foi também evidenciada, sendo destacada como um passo importante para o fortalecimento da imagem do setor e um fator determinante para “abrir os olhos” ao poder político e à sociedade civil, alertando-os para o imenso potencial que ainda há por explorar no setor florestal em Portugal, sem esquecer que, de entre os ecossistemas terrestres, a floresta é o que mais contribui para a retenção de dióxido de carbono (CO2) e desempenha um papel fulcral no cumprimento da meta para a neutralidade carbónica até 2050.

Fonte: ANEFA


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