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Os limões que deram um processo

O cartaz de uma loja do Pingo Doce anunciava 1 quilo de fruta a 1,79 euros. Na caixa, o cliente pagava mais 20 cêntimos do que o previsto. O caso dos “Lesados do Pingo Doce” chegou agora a tribunal – e pode não ser o único.

Neste processo discute-se o preço de limões. É assim que começa a ação popular da associação de defesa do consumidor CITIZENS’ VOICE. E é isso mesmo que se passa. Durante pelo menos dois dias e meio, um letreiro afixado numa loja do Pingo Doce de Braga anunciava que uma embalagem de limões do Algarve da marca Cacial (1kg) custava 1,79 euros. Problema: “No momento do seu pagamento, tanto nas caixas eletrónicas de selfcheckout, como nas caixas de pagamento assistidas por trabalhadores da ré, cobrava-se 1,99 euros”, diz a mesma ação.

Um preço que esteve anunciado entre o dia 25 de novembro e as 13h40 do dia 27 do mesmo mês. Negligência ou dolo? A CITIZENS’ admite ambas as hipóteses, mas, tendo em conta o número de lares portugueses, pede, numa ação que deu entrada em tribunal no dia 29 de novembro, uma indemnização superior a 4 milhões de euros.

Do lado do Pingo Doce, detido pela Jerónimo Martins, fonte oficial diz não ter “conhecimento” da ação. Admite, no entanto, a existência de uma reclamação. E confirma a discrepância de preços em diferentes zonas da mesma loja. “Durante os dias 25 e 26 de novembro, vigorou apenas nesta loja (Braga Pachancho) uma promoção deste artigo.

A reclamação em causa foi feita no dia 27, dia em que a ação promocional já tinha terminado. No entanto, e por falha humana, a etiqueta que referia a promoção ainda não tinha sido retirada. Quando o cliente chamou a atenção para o facto de ainda estar colocada a etiqueta promocional, a situação foi corrigida e o cliente pagou o valor do produto ao preço da promoção que tinha terminado na véspera.”

Podia ser apenas um caso isolado mas, de acordo com a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), esse está longe de ser o cenário. Nos últimos meses, e a partir de um cabaz de 30 produtos, quase todos alimentares, as inspeções da ASAE detetaram vários bens que, na hora do pagamento, eram até 70% mais caros do que nas prateleiras (ver caixa) – incluindo leite, ovos, carne, massas, frutas, salsichas, atum, batatas, cebolas, cereais, manteiga e bebidas, detalha a Autoridade em resposta à SÁBADO.

Em todos os casos, e nas mais de 500 lojas fiscalizadas, de várias cadeias, o preço na caixa – ou seja, o preço de […]

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