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Brasil pode apoiar Timor-Leste a tornar-se autossuficiente na agricultura – Ramos Horta

O Presidente de Timor-Leste afirmou hoje à Lusa que o Brasil pode apoiar o país a tornar-se autossuficiente agricultura e na luta contra a extrema pobreza e subnutrição.

“Apoiar através da Embrapa [Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária] na área de agricultura. Timor finalmente vir a ser autossuficiente em toda a gama de agricultura para garantir segurança alimentar” disse José Ramos-Horta, em entrevista à Lusa, em Brasília, um dia depois de ter participado nas celebrações da tomada de posse do novo Presidente brasileiro, Lula da Silva.

“Futuramente virá uma delegação do Governo” frisou o chefe de Estado timorense, acrescentando: “Não vim para pedir ajuda financeira, felizmente Timor-Leste está muito folgado nessa área”.

O Brasil, um dos principais ‘celeiros’ do mundo, tem evoluído ao longo dos anos na sua tecnologia agrícola, muito por ‘culpa’ da Embrapa. Este setor, que emprega 19 milhões de pessoas do gigante sul-americano, só no mês de novembro conseguiu exportar produtos no valor de 11,94 mil milhões de euros, superou pela primeira vez a barreira dos 10 mil milhões de euros no mês.

José Ramos-Horta, que participou hoje numa reunião bilateral com o novo Presidente do Brasil, disse ainda que outra das áreas em que poderá haver interesse mútuo de cooperação é a industria farmacêutica.

“Uma industria farmacêutica brasileira, uma industria de equipamento médico brasileiro em Timor-Leste tem um mercado enorme”, sublinhou o responsável timorense, recordando que o Brasil é uma das potências mundiais neste setor.

José Ramos-Horta recordou ainda que com a possível entrada de Timor-Leste na Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) o país passa a ser uma porta de entrada para uma área com um mercado de 700 milhões de pessoas, sendo que a este número juntam-se Austrália, Nova Zelândia, Coreia do Sul, Japão e China, cujos países têm um tratado de comércio com a ASEAN.

O Presidente timorense disse ainda que “gostaria de ver restaurada o papel do Brasil na área de educação que ficou praticamente congelada desde a eleição da presidente Dilma”.

“Não quero por a culpa do lado brasileiro”, ressalvou.

“Não temos nenhum bolseiro timorense no Brasil, gostaríamos de ver bolsas de estudo brasileiras para timorenses”, disse, acrescentando ainda que gostaria de ver apoio do Brasil ao centro de formação de professores que está a ser criado em Timor-Leste.


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