O líder do CDS-PP, Nuno Melo, defendeu hoje a redução do IVA dos bens alimentares essenciais temporariamente à taxa zero por causa da inflação, recordando estar a sugerir esta medida desde abril.
“O CDS foi o primeiro partido a sugerir em Portugal a redução do IVA à taxa zero dos bens alimentares essenciais, por causa da inflação. O CDS fê-lo percebendo que, em alguns países da União Europeia, isso já estava a acontecer”, afirmou o centrista durante uma visita ao remodelado Mercado do Bolhão, no Porto.
Depois de percorrer muitas das bancas do mercado, onde ia ouvindo queixas dos comerciantes sobre a diminuição do poder de compra dos fregueses, Nuno Melo referiu que apesar do impacto global da guerra há uma margem de decisão que é dos estados e que pode fazer a diferença para ajudar as famílias.
“Não fale nos preços para não os recordar às pessoas”, dizia uma vendedora de carne ao centrista, depois de comentar que as pessoas já não compram ao quilo, mas à unidade para poupar.
O eurodeputado sublinhou que os partidos políticos existem para ajudar a resolver os problemas das pessoas e que, esta proposta de redução do IVA, apoiaria “muito” as famílias com rendimentos disponíveis cada vez mais curtos a suportar muitas dificuldades.
Olhando para o país vizinho Espanha, Nuno Melo referiu que o Governo espanhol “já se decidiu”, faltando agora o português decidir-se sobre esta matéria.
Recorde-se que o Governo espanhol aprovou, a 27 de dezembro, a eliminação do IVA de alimentos básicos e ajudas às famílias, aos agricultores e à indústria de gás como formas de enfrentar a crise energética e a inflação provocadas pela guerra na Ucrânia.
Além disso, o presidente do CDS-PP recordou que os portugueses que vivem na raia têm hoje os alimentos essenciais mais baratos em Espanha do que em Portugal.
Antes iam abastecer os veículos por causa do preço do combustível e, agora, vão abastecer também aquilo que é o cabaz normal com os bens de primeira necessidade, frisou.
“Se há outros partidos que quiseram adotar esta proposta também na própria Assembleia da República há uma paternidade da ideia, mas há uma decisão que ainda não foi tomada”, concluiu.