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Incêndio na serra da Estrela esteve muitas vezes “fora da capacidade de extinção”

Combate tem de ser mais estratégico, concentrando recursos nas janelas de oportunidades, diz grupo que analisa grandes incêndios. Reforço na monitorização quer identificar potenciais grandes fogos.

O grupo de trabalho que está a analisar os grandes incêndios rurais do ano passado concluiu que o incêndio da serra da Estrela esteve a maior parte do tempo “fora da capacidade de extinção”. Tal, sublinha, implica apostar num combate mais estratégico nas ocorrências que decorrem em situações meteorológicas extremas, concentrando os recursos nas janelas de oportunidades existentes, normalmente durante a noite.

O coordenador do grupo de trabalho, António Salgueiro, explica que, quando um incêndio está “fora da capacidade de extinção”, há muito pouco a fazer para o combater, devendo apostar-se essencialmente na protecção de pessoas e bens e na preparação das futuras intervenções. “Verificámos, por vezes, um excesso de meios nesse período para as possibilidades reais de combater o fogo. Há muitas vezes uma pressão por parte do poder local para reforçar o dispositivo de combate, nomeadamente ao nível dos meios aéreos, quando estes já não são eficazes”, afirma o engenheiro florestal, que foi coordenador do Grupo da Análise e Uso do Fogo (GAUF) e membro da comissão independente que analisou os fogos de Pedrógão, em 2017.

É neste contexto que a subcomissão de lições aprendidas, criada pela Comissão Nacional para a Gestão Integrada de Fogos Rurais, decidiu que a partir deste ano um conjunto de agentes qualificados em análise do fogo vai reforçar a monitorização das ocorrências nos dias de risco extremo de incêndio para identificar as que têm potencial para se tornar grandes fogos. Antecipar é a palavra-chave. O objectivo é evitar que o incêndio ganhe dimensões tais que se torne quase impossível de combater.

O presidente desta subcomissão, Paulo Mateus, vogal da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), explica ao PÚBLICO que a análise dos grandes incêndios do ano passado resultou na aprovação de 52 recomendações que vão integrar um relatório final que será entregue ao Governo e à comissão nacional este mês. Todas as medidas têm pelo […]

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