“Temos de nos habituar e ter diplomacia com as leis da física e da natureza”, diz Carlos Câmara
A temperatura média do ar em dezembro esteve 2,7°C acima da norma, o que coloca o último mês do ano como o mais quente dos últimos 92 em Portugal, indica o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Com a marca nos 12,72°C, tornou-se mais fácil poupar gás e eletricidade para aquecer as casas, o que é uma benesse em tempos de crise energética e de inflação galopante. Pode parecer bom, mas é, na verdade, apenas mais um dado a juntar a outros num “ano inédito”, nas palavras do geofísico Filipe Duarte Santos, ou “um ano de sucessão e de combinação de extremos”, segundo o físico da atmosfera Pedro Matos Soares.
Num só ano verificaram-se três eventos climáticos extremos: uma seca que cobriu a totalidade do país (de forma severa e extrema), seis ondas de calor (três no verão) e episódios de chuva diluviana em dezembro, cuja intensidade num só dia bateu recordes centenários em Lisboa. […]