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Ucrânia: Kiev discutiu com Ancara expansão da exportação de cereais a outros portos

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, abordou hoje com o homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, a possibilidade de expandir a exportação de cereais para outros portos ucranianos, com os dois países a sublinharem a necessidade de manter o acordo.

“Os dirigentes sublinharam a necessidade de continuar o acordo de exportação de cereais e notaram a possibilidade da sua expansão para outros portos da Ucrânia”, divulgou, em comunicado, a presidência ucraniana.

Os dois chefes de Estado também manifestaram apoio a “mais ação” por parte da iniciativa humanitária ucraniana Grain from Ukraine.

Pelo menos 17,8 milhões de toneladas de cereais e outros alimentos foram até agora exportados para 43 países através dos portos ucranianos do mar Negro, segundo dados divulgados na quarta-feira pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Os dados integram o mais recente balanço da Iniciativa de Cereais do Mar Negro (nome oficial do acordo de exportações de cereais pelos portos da Ucrânia) e dizem respeito ao período de agosto de 2022 até ao momento.

O acordo, assinado a 22 de julho pela Ucrânia e pela Rússia, com o apoio da ONU e Turquia, visa abastecer os mercados mundiais com volumes de cereais, produtos alimentares e fertilizantes para ajudar a atenuar a crise alimentar global causada pela guerra.

Zelensky expressou também hoje esperança na ajuda de Ancara para o regresso à Ucrânia de “prisioneiros políticos do Kremlin, reféns civis e prisioneiros de guerra, bem como crianças deportadas dos territórios temporariamente ocupados” pela Rússia no país vizinho.

“Os presidentes discutiram detalhadamente os esforços diplomáticos necessários para implementar a Fórmula da Paz”, destacou ainda Kiev, sobre a iniciativa defendida por Zelensky que exige, entre outros pontos, a retirada das tropas russas, apesar da rejeição de Moscovo.

Segundo a presidência ucraniana, Erdogan manifestou “profundas condolências” pelo acidente mortal de helicóptero na região de Kiev, que matou na quarta-feira o ministro do Interior do país e mais de uma dezena de pessoas, com o chefe de Estado turco a recordar as boas relações com Denys Monastyrsky.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas – 6,5 milhões de deslocados internos e quase oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 7.031 civis mortos e 11.327 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.


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