A empresa argentina GDM, que lidera o segmento de melhoramento genético da soja no Brasil, obteve este ano a aprovação da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CNTBio) para a primeira soja tolerante à seca obtida através da edição genética. A empresa GDM prevê comercializar a nova variedade no Brasil na colheita de 2027/28.
Existe uma outra tecnologia que confere esta característica à oleaginosa, HB4 (desenvolvida por outra empresa argentina, a BioCeres), mas a variedade é transgénica. A diferença entre os dois processos é que a edição de genes ‘acelera’ mutações que já ocorreriam na planta na natureza, enquanto que no organismo geneticamente modificado (OGM ou transgénico), a mudança depende da engenharia genética – através da qual ocorre a inserção de um gene de outro organismo doador para uma dada planta.
Segundo André Belo, gestor de novas tecnologias na GDM, a primeira soja geneticamente editada tolerante à seca foi aprovada pela CNTBio no Brasil, em Maio de 2022, e obteve luz verde do governo argentino em Novembro de 2022. O objetivo da empresa é comercializar a variedade nos Estados Unidos e na Argentina na colheita de 2025/26 e no Brasil na colheita de 2027/28. Demora mais tempo a chegar ao mercado brasileiro devido à necessidade de as sementes se adaptarem ao clima tropical.
A partir deste ano a GDM pretende realizar ensaios de campo em diferentes locais dos EUA para aferir a produtividade: “Plantaremos os grãos de soja geneticamente editados ao lado dos grãos de soja convencionais e observaremos as diferenças”, afirmou André Belo.
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O artigo foi publicado originalmente em CiB – Centro de Informação de Biotecnologia.