Mirandela pede ajudas para olivicultores devido a perda de metade da produção

O município de Mirandela reivindicou hoje medidas urgentes de ajuda financeira aos olivicultores deste concelho do distrito de Bragança, para as perdas estimadas em metade da produção de azeitona devido à seca.

A autarquia presidida pela socialista Júlia Rodrigues “aprovou a proposta do Conselho Municipal de Agricultura de solicitar ao Governo de Portugal a adoção de medidas, com caráter de urgência, de ajuda aos olivicultores do concelho e da região de Trás-os-Montes e Alto Douro”, como revela, em comunicado.

A Câmara Municipal de Mirandela reivindica concretamente a “atribuição de um apoio financeiro direto compensatório aos produtores, em moldes a definir de acordo com a opinião dos responsáveis pelas organizações do setor e dos serviços oficiais com competências na matéria”.

Os motivos apontados para esta reivindicação são os prejuízos provocados pela seca na última campanha, que está praticamente a terminar com um balanço de que “a produção média de 14 mil toneladas de azeite ficará pelas sete mil toneladas, o que representa uma quebra de produção de 50% em média, embora haja concelhos onde ultrapassa 70% em Trás-os-Montes e Alto Douro”.

O pedido de ajuda é sustentado com o peso económico desta produção, na medida em que “a fileira do olival e do azeite constituem a base da economia local e regional, ocupando, direta ou indiretamente, cerca de 90% da população do concelho” de Mirandela, de acordo com a autarquia.

O município transmontano lembra que “a agricultura familiar, neste território de baixa densidade populacional, representa 97% do número total de explorações agrícolas, originando mais de 40% do valor da produção total, o que se traduz num determinante fator de fixação de população, de desenvolvimento socioeconómico e de contributo para a sustentabilidade ambiental do concelho e da região de Trás-os-Montes e Alto Douro”.

“A produção de azeitona no concelho de Mirandela, quase na sua totalidade proveniente de explorações de olival de cultivares tradicionais, em média atinge cerca de quatro mil toneladas e gera mais de 14 milhões de euros, o que representa aproximadamente 25% de toda a produção da região de Trás-os-Montes e Alto Douro”, sustenta.

A Câmara de Mirandela refere que, na década entre 2009 e 2019, segundo dados oficiais da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAPN), no concelho de Mirandela, a área ocupada com olival aumentou 20% e o número de explorações também subiu de 3.661 para 4.102, revelando um nítido crescimento económico da olivicultura no concelho, com uma forte aposta e dinâmica, sobretudo da parte de jovens empresários agrícolas”.

Segundo a autarquia, “o incremento na qualidade dos produtos finais – azeitona e azeite – comprovado pelos inúmeros prémios obtidos em diversos concursos nacionais e internacionais, tem promovido o reconhecimento de Trás-os-Montes e Alto Douro e, em particular, do concelho de Mirandela, como uma região de produção de azeites de excelência”.

Salienta ainda que “este reconhecimento fomenta o aumento das exportações para diferentes mercados, destacando-se o Brasil, Estados Unidos da América, França, Polónia, entre outros”.

“Apesar do dinamismo da fileira, o setor vive momentos complicados, que se prendem principalmente com os efeitos da seca severa (…) e pela escassez de estruturas de regadio que permitam mitigar a falta de pluviosidade, pelo forte aumento dos preços dos fatores de produção e, mais recentemente, pelo aparecimento na região de patologias associadas à bactéria Xylella fastidiosa”, acrescenta.

Câmara de Mirandela pede ao governo apoio financeiro para os olivicultores do Concelho e da região de Trás-os-Montes e Alto Douro


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