Portugal e outros países querem evitar que Irlanda rotule vinho como produto nocivo

A ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, disse hoje, em Bruxelas, que Portugal está a trabalhar juntamente com outros países no sentido de evitar que a Irlanda rotule o vinho como produto nocivo para a saúde.

“Queremos continuar a trabalhar, nomeadamente com os Estados-membros que têm posição semelhante à nossa. Estamos a trabalhar juntos para contrariar e defender o que é melhor para os nossos agricultores”, disse a ministra, em declarações aos jornalistas, em Bruxelas, no âmbito da reunião dos titulares da pasta da Agricultura da União Europeia (UE).

Maria do Céu Antunes referiu também que tudo fará “para dar toda a informação necessária para que a Comissão [Europeia] tome as decisões informada sobre as consequências das suas propostas”.

Salientando não fazer sentido “esse nível de especulação através da rotulagem”, a ministra lembrou que o vinho, consumido com moderação, integra a dieta mediterrânica e “é um ativo muito importante” para a economia portuguesa.

“Estamos muito próximos de atingir os mil milhões de euros de exportações, [o vinho] tem um impacto muito significativo do ponto de vista social, económico e ambiental, nomeadamente nos nossos territórios mais interiores”, acrescentou, lembrando que “a vinha e o vinho não são só em Portugal, ou em França, ou em Espanha, ou em Itália, que têm uma grande produção. Hoje encontramos vinho de excelente qualidade em toda a Europa”.

Em causa está a decisão da Irlanda de incluir em todas as garrafas de bebidas alcoólicas uma etiqueta que alerte que o seu consumo é “nocivo para a saúde”, o que Portugal e outros Estados-membros contestam.

De acordo com os dados do executivo, em 2021, as exportações portuguesas de vinho para a Irlanda fixaram-se em 6,3 milhões de euros, um aumento de 39,5% face ao ano anterior.

A Irlanda é o 23.º cliente de vinhos portugueses a nível global e o 12.º a nível comunitário.


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