Pedro Lopes: “O azeite português é um dos melhores azeites do mundo”

Atualmente, 95% do azeite produzido em Portugal é virgem extra topo de gama, destacou Pedro Lopes, presidente da Olivum, Associação de Olivicultores e Lagares de Portugal, ao referir os fatores que contribuem para o desenvolvimento do setor.

Nos últimos anos, desencadeou-se uma revolução no setor do azeite no nosso país. Em 2014, Portugal passou a ser novamente autossuficiente e em 2021 o azeite foi responsável por 700 milhões de euros nas exportações. De acordo com o estudo “Alentejo a liderar a Olivicultura Moderna Internacional”, com o crescimento esperado no setor da olivicultura nos próximos 10 anos, Portugal será provavelmente o 3º maior país na produção mundial de azeite. O jornalista João Ferreira conversou com Pedro Lopes, presidente da Olivum e membro ativo em outras entidades de relevo no setor agrícola, que reforçou que atualmente 95% do azeite produzido em Portugal é azeite virgem extra topo de gama, e realçou a importância da água do Alqueva, do olival moderno, da utilização de menos recursos e da proximidade dos lagares à produção.

As entrevistas do Agricultura Agora | Conversas sobre Sustentabilidade realizam-se no âmbito do Prémio Nacional de Agricultura (PNA). Esta iniciativa do BPI e da Cofina tem como objetivo premiar os agricultores e as empresas portuguesas que se destacam como casos de sucesso no setor da agricultura em Portugal. A missão do PNA é dar voz e visibilidade à agricultura em Portugal, reconhecendo o que de melhor se faz no setor e conta com o patrocínio do Ministério da Agricultura e o apoio da PriceWaterhouseCoopers.

Em 2014, Portugal voltou a ser autossuficiente e em 2021 o azeite atingiu os 700 milhões de euros nas exportações. Como é que chegámos até aqui?

Na década de 1960 Portugal já era autossuficiente. O ano de 2000 foi um ano de viragem, por várias razões. Por um lado, devido aos valores proporcionados pelo Estado para investimento na olivicultura, por outro devido ao sistema de regadio do Alqueva. Apesar de atualmente, com base nos dados do anuário de 2022 da EDIA (Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva), o capital de investimento em olivicultura ser maioritariamente português (57%), esta viragem foi também espoletada pelos espanhóis, que investiram fortemente e trouxeram algum know-how a esta área, nomeadamente com o olival moderno. O olival em copa tem cerca de 300 a 400 árvores por hectare, enquanto o olival em sebe tem cerca de 2.000 e é a nova forma de plantio e a grande modernização da olivicultura. Foram também introduzidas novas máquinas de colheita que retiram as azeitonas por vibração e sucção. Começámos a utilizar a água do Alqueva, que foi o que nos conseguiu posicionar na produção. Se há 20 anos tínhamos 360 mil hectares de olival, hoje mantemos a área, mas a produção disparou devido ao olival moderno, à água e à forma de utilizar os recursos e as […]

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