O ministro da Administração Interna disse hoje que foi entregue esta semana à Agência para a Gestão Integrada de Fogos Florestais (AGIF) o relatório elaborado por um conjunto de peritos que avaliaram os grandes incêndios rurais de 2022.
Segundo José Luís Carneiro, no ano passado, em 90% dos casos, os incêndios foram debelados em menos de 90 minutos, o que significa que o sistema “conseguiu melhorar também os tempos, não apenas na prontidão, mas no tempo de deslocação da saída até ao local do teatro de operações”.
No entanto, os 10% dos incêndios que ultrapassam os 90 minutos motivaram a constituição de uma equipa de trabalho que “há dias apresentou o seu relatório que avaliou o antes do fogo, o durante o fogo e depois do fogo nos 10 maiores incêndios que vivemos no país”, referiu o ministro, num encontro em Faro.
José Luís Carneiro falava durante uma reunião na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve para debater a prevenção dos incêndios rurais e apresentar os fundos europeus disponíveis em matéria de Proteção Civil, que juntou autarcas, representantes das áreas do ambiente, agricultura e também de forças de segurança e proteção civil, entre outros.
“Os dados […] mostram que nós conseguimos em mais de 90% dos casos debelar os incêndios até aos 90 minutos e conseguimos que, em 83% dos casos, tenha ardido até um hectare, o que significa que o sistema conseguiu reduzir também os tempos, não apenas na prontidão, mas no tempo de deslocação da saída até ao local do teatro de operações”, afirmou.
De acordo com o governante, comparativamente a anos anteriores, “os indicadores foram positivos”, e em relação aos últimos 10 anos conseguiu alcançar-se melhorias “em todos os indicadores de prontidão e de mobilização de meios”, sendo, porém, necessário, “saber aprender” com os erros.
O relatório sobre os grandes incêndios rurais de 2022 elaborado pelo painel de 30 peritos, agora entregue à AGIF, vai juntar-se à análise que também está a ser feita pela subcomissão de lições aprendidas da Comissão Nacional de Gestão Integrada de Fogos Rurais, que depois apreciará a informação.
“Essas lições foram agora entregues à AGIF, que tinha também já desde outubro, com os outros atores do sistema, feito uma avaliação de tudo o que era níveis estratégicos, táticos e operacionais para colher os contributos e integrá-los nas melhorias do próprio sistema e, agora, com estes trabalhos que foram desenvolvidos pela comissão de peritos, que envolveu peritos de todos os centros de investigação e todas as universidades do país”, concluiu.
A meta para 2022 era que mais de 90% dos incêndios fossem extintos em ataque inicial (até 90 minutos), tendo conseguido atingir-se o valor ligeiramente superior de 90,61%.
O encontro que hoje decorreu em Faro insere-se no ciclo de reuniões “Preparar o verão no inverno”, são organizadas em cooperação com as cinco comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional para, entre outros objetivos, sensibilizar os municípios para a limpeza das faixas primárias de combustível.