Quase todos os alimentos básicos como arroz, azeite, cebolas, couves, carne ou peixe estão mais caros do que há um ano. A DECO alerta que as subidas são preocupantes e na maioria dos casos injustificadas.
O preço do cabaz básico de alimentos disparou 45 euros no último ano. Praticamente todos os produtos analisados pela DECO/ Proteste aumentaram e, em alguns casos, a subida ultrapassa os 50%. Quase todos os 63 alimentos básicos como arroz, azeite, cebolas, couves, carne ou peixe estão mais caros do que há um ano.
Os dados são avançados pelo semanário Expresso, que revela que o custo total do cabaz de produtos essenciais bateu um novo recorde, ao atingir os 229 euros, quando há um ano estava nos 184. Trata-se de uma subida de 25%, desde que começou a guerra na Ucrânia.
O peixe e os lacticínios, custam agora mais 27%, do que há um ano. São as categorias que registaram maiores aumentos. Mas todos os outros subiram mais de 23%: é o caso dos laticínios (27%), da mercearia e das frutas e legumes (25%).
Por exemplo, um quilo de carapaus custa mais €2,38 do que há um ano e de pescada mais €4. Por uma garrafa de azeite paga-se agora mais €2,29.
Comprar um quilo de laranja, maçã gala, maçã golden, banana, tomate, couve-flor, couve-coração, alface, brócolos, cenoura, batata vermelha, curgete, cebola e um saco de alhos secos custa esta semana, em média, cerca de 29,26 euros. Antes do início da guerra, que começou a 24 de fevereiro de 2022, a mesma quantidade de frutas e legumes custava menos 5,66 euros.
Há produtos em que os preços dispararam: a polpa de tomate, por exemplo, ficou 83% mais cara, custando agora mais 74 cêntimos.
Onde é que está a justificação para este aumento de preços?
A DECO alerta que são subidas preocupantes. A Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor pede maior transparência e insiste que são necessárias medidas de apoio aos consumidores, incluindo a classe média.
Em entrevista na SIC Notícias, Ana Guerreiro, da Deco, disse que não é possível ter uma avaliação exata em todo o ciclo de produto e deixa um apelo aos consumidores para que estejam atentos.
Ana Guerreiro explicou que não há uma justificação para este aumento de preços, “por isso é que muito temos defendido que exista aqui uma transparência”.
“Se houver uma justificação, embora não deixe de pesar na carteira dos consumidores, eles conseguem ter uma perceção do que está a acontecer (…) Aquilo que nós pedimos é que exista um transparência e que os consumidores consigam perceber de onde é que vem este aumento”, sublinhou.