O presidente da Fundação Mata do Bussaco, Guilherme Duarte, mostrou-se hoje otimista quanto à atribuição da Marca do Património Europeu à Mata Nacional do Bussaco, depois de esta figurar entre as duas escolhas nacionais a candidatar.
“Estamos esperançados de que venhamos a obter a Marca do Património Europeu. Penso que é um justo reconhecimento a um local que já é sobejamente conhecido no espaço europeu”, alegou.
A Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) anunciou hoje que o Conjunto Patrimonial do Bussaco e a Ponte Romana de Trajano e Termas Medicinais Romanas de Chaves foram escolhidos como candidatos portugueses à Marca do Património Europeu.
Iniciativa da União Europeia, do Parlamento Europeu e do Conselho, as duas candidaturas serão agora enviadas para apreciação do júri europeu, depois de pré-selecionadas para atribuição da Marca do Património Europeu, que decorreu a nível nacional sob coordenação do Gabinete de Estratégia, Planeamento e Avaliação Culturais (GEPAC), com a participação das cinco direções regionais de Cultura, da DGPC e do ICOMOS-Portugal.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Fundação Mata do Bussaco explicou que é extremamente gratificante ver que a candidatura, apresentada em janeiro deste ano, foi uma das duas escolhas nacionais, depois de todo o trabalho que vem sendo desenvolvido nos últimos anos.
“É o reconhecimento para todos aqueles que, até hoje, se empenharam em preservar e defender a Mata Nacional do Bussaco, desde dirigentes que passaram por esta Fundação, como técnicos. E foram muitos os envolvidos para atingirmos este patamar”, referiu.
A candidatura à Marca do Património Europeu já tinha sido apresentada em anos anteriores, embora sem conseguir ficar na seleção nacional.
“A candidatura foi sendo melhorada e aperfeiçoada, ao longo dos tempos, até que conseguimos finalmente esta seleção. Este é mais um passo para dar a conhecer a Mata Nacional do Bussaco, que possui um património único, e para alcançarmos a tão almejada classificação pela UNESCO”, vincou.
A Mata do Bussaco é também candidata a Património Mundial da UNESCO, tendo a candidatura sido reformulada e atualizada em janeiro deste ano, apostando agora mais na passagem, presença e trabalho dos carmelitas enquanto elemento diferenciador.
A Marca do Património Europeu já selecionou, até ao momento, cerca de 60 locais, entre os quais se incluem sítios naturais, subaquáticos, arqueológicos, industriais ou urbanos, monumentos, paisagens de interesse cultural, memoriais, produtos e bens culturais e ainda sítios associados a património imaterial, através dos quais se celebram os princípios da liberdade, democracia, respeito pelos direitos humanos, diversidade cultural e linguística, tolerância e solidariedade.
Em Portugal, os quatro sítios distinguidos com a marca até ao momento são a Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, a Carta de Lei da Abolição da Pena de Morte conservada no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, o Promontório de Sagres e o Património Cultural Subaquático dos Açores.