As exportações da fileira do pinho aumentaram 28% para o valor recorde de 2.700 milhões de euros em 2022, representando 3,4% das exportações portuguesas e 37% das exportações das indústrias da fileira florestal, anunciou hoje o Centro Pinus.
Em comunicado, o Centro Pinus – Associação para a Valorização da Floresta de Pinho destaca que os últimos dados relativos ao comércio internacional divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) “revelam um aumento que supera em mais de 581 milhões de euros o valor registado em 2021, ano em que também se registou um recorde no histórico das exportações portuguesas da fileira do pinho em mais 437 milhões de euros (+25%) comparativamente a 2020”.
Segundo salienta, “estes resultados refletem o aumento da procura de madeira e de resina de pinho justificadas por tendências como o aumento da utilização de madeira em construção ou em embalagens de papel usadas nas vendas ‘online’ e impulsionadas pelas políticas de substituição de produtos da base fóssil”.
“Estamos bastante satisfeitos com a evolução crescente das exportações na fileira do pinho e com um maior reconhecimento externo dos produtos de alto valor acrescentado produzidos em Portugal. Este crescimento afirma a capacidade de adaptação e a resiliência das empresas deste setor”, afirma o presidente do Centro Pinus, João Gonçalves, citado no comunicado.
De acordo com a associação, o subsetor do ‘mobiliário’ continuou destacar-se como o que mais exporta, alcançando em 2022 um novo recorde de 933 milhões de euros (+26%).
Já os subsetores ‘papel e embalagem’ e ‘painéis’ exportaram 586 milhões de euros e 240 milhões de euros, respetivamente, o que representou, em ambos os casos, um crescimento de 24%, enquanto a ‘madeira’ vendeu 522 milhões de euros (+18%) nos mercados externos.
Quanto ao subsetor da ‘resina’, cresceu 19%, com vendas ao exterior no valor de 201 milhões de euros (+19%).
Também citado no comunicado, o presidente executivo (CEO) da Sonae Arauco, um dos associados do Centro Pinus, nota que “o aumento das exportações em valor é muito expressivo, mas, em volume, as exportações de alguns subsetores devem ter estagnado ou caído, nomeadamente o dos painéis de madeira (madeira, resinas, energia)”.
De acordo com Rui Correia, “tal reflete o impacto do aumento do custo das matérias-primas em 2022, especialmente depois da invasão da Ucrânia pela Rússia”.
Para o presidente da Resipinus – Associação de Destiladores e Exploradores de Resina, há que olhar para estes números “com otimismo, por todos os factos apresentados anteriormente sobre a resina natural portuguesa e pelo aumento da procura por produtos naturais e sustentáveis em todo o mundo”.
“Além disso, Portugal, integrando a resina natural no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), mostra a sua crença no setor e incentiva a produção e a exportação de produtos florestais, incluindo a resina natural, como parte da sua estratégia de desenvolvimento sustentável”, acrescenta Marco Ribeiro.
Quanto ao subsetor dos ‘pellets’, continua a ser aquele com menos impacto nas exportações da fileira do pinho mas, em 2022, foi o que registou o maior crescimento, de 59%, face a 2021, totalizando mais 108 milhões de euros.
Segundo a associação, este aumento da procura internacional de ‘pellets’ “enquadra-se no contexto de disrupção do setor energético provocado pela guerra na Ucrânia”.
O aumento das exportações da fileira do pinho em 2022 acompanhou o crescimento de 23% de exportações nacionais de bens e o desempenho positivo das exportações nacionais das restantes indústrias florestais, que também registaram um aumento de 28% face a 2021.