O projeto PDR2020 NEP-High Nitrogen Efficient crop Production for better water management, liderado pelo Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa (ISA), desenvolveu dois novos produtos agrícolas com baixa pegada de azoto (nitrogénio): o tomate indústria e a uva para a produção de vinho.
Segundo explicado em comunicado, o projeto, iniciado no final de 2017, intervém nas regiões de Viseu, de Évora e de Montemor-o-Novo (uva) e ainda em Benavente, na Azambuja e em Salvaterra de Magos (tomate indústria).
A iniciativa está também a desenvolver uma ferramenta de cálculo da pegada de azoto para estes dois produtos agrícolas.
“Desde o início do século XX que a produção industrial de adubos minerais azotados permitiu alimentar a população mundial. No entanto, essa produção tem causado mudanças sem precedentes no ciclo do azoto, devido à baixa eficiência do seu uso e à acumulação de azoto reativo no ambiente.” diz a professora do ISA e coordenadora do projeto NEP nesta universidade, Cláudia Marques dos Santos.
“O excesso de transformação industrial do azoto atmosférico não-reativo, em todos os outros compostos de azoto reativo, ameaça a qualidade do ar, da água e do solo e produz mudanças na biodiversidade e nos ecossistemas. Apesar de, atualmente, o azoto reativo que se perde para o ambiente ter ultrapassado a capacidade de assimilação na natureza, ainda é possível reverter a situação. Este projeto contribui para este objetivo”, defende.
Recorde-se que as atividades agropecuárias contribuem para a emissão de amoníaco para a atmosfera, consequentes chuvas ácidas, acidificação dos solos, perda de biodiversidade e o declínio da qualidade da água.
O projeto NEP é conduzido em colaboração com sete organizações parceiras beneficiárias, que apoiam na sua execução: a Benagro – Cooperativa Agrícola de Benavente, o CCTI – Centro de Competências para o Tomate Indústria, a FEA – Fundação Eugénio de Almeida, a Lusovini Distribuição, a Reguenguinho – Sociedade Agrícola e a Sociedade Agro-Pecuária do Vale da Adega.
O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.