A Direcção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) estabeleceu zonas demarcadas para a praga de quarentena Scirtothrips aurantii no Algarve, por ter sido confirmada a presença deste insecto polífago em alguns locais desta região. Segundo o Despacho n.º 17/G/2023, de 23 de Fevereiro, são parcialmente abrangidas as freguesias de Altura e Castro Marim (concelho de Castro Marim), Conceição e Estoi (concelho de Faro), Quelfes (concelho de Olhão), Luz de Tavira, Santo Estêvão e também Tavira [Santa Maria e Santiago] (concelho de Tavira), Vila Nova de Cacela (concelho de Vila Nova de Santo António).
De acordo com o decreto, «em resultado da prospecção realizada no decurso de 2022, foi recentemente confirmada laboratorialmente a presença da espécie Scirtothrips aurantii em 12 locais na região algarvia», em pomares de citrinos (limão, clementina) e macieiras. O documento refere que também foi confirmada a presença da praga num local do Alentejo, «embora neste último local a presença da praga tenha sido detectada em plantas de Vaccinium myrtillus oriundas de outro Estado-membro, localizadas no interior de uma estufa, pelo que não se prevê de imediato ser necessário estabelecer zona demarcada».
Entretanto, a DGAV emitiu a Autorização Excepcional de Emergência N.º 2023/2, «para utilização de produtos fitofarmacêuticos no controlo de Scirtothrips aurantii, em plantas hospedeiras, nas zonas infestadas, no contexto de um plano de contingência». A entidade indica que «é premente estabelecer medidas destinadas a controlar esses focos, o mais rápido possível» e «é importante evitar, na medida do possível, a dispersão no território nacional deste inimigo, face à elevada nocividade desta praga para diferentes espécies vegetais susceptíveis, incluindo culturas de elevado interesse económico (citrinos, nomeadamente laranjeira, pequenos frutos, espécies tropicais, videira entre outros).
A DGAV afirma também que, «considerando que não existe, na actualidade, qualquer produto fitofarmacêutico autorizado para o controlo de Scirtothrips aurantii, é importante dispor de meios de luta química, de forma a controlar as populações deste inimigo, visando a evitar a sua dispersão por todo o território nacional». O documento assinala ainda que «estão autorizados vários produtos fitofarmacêuticos para controlo de outras espécies de tripes, nas espécies vegetais consideradas hospedeiros e nas quais já houve registo, com demonstrada eficácia e que se antecipa serem igualmente eficazes para controlo desta espécie», pelo que é considerada «pertinente e oportuna a sua utilização na(s) área(s) afectada(s), desde que salvaguardada a segurança para a saúde humana e para o ambiente».
Neste contexto, vai ter lugar, na tarde do dia 8 de Março, na sede da Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve, no Patacão, Faro, uma sessão de informação sobre a “Nova praga de quarentena Scirtothrips aurantii”. Pode consultar aqui o programa deste evento, que tem início às 14h30, e pode obter mais informações sobre esta praga aqui e aqui.
Artigo publicado originalmente em Revista Frutas, Legumes e Flores.