Patrícia Miranda desafiou esta sexta-feira o Governo Regional a definir se “apoia ou não a produção de leite em regime de produção biológico”.
A deputada socialista falava após esta semana ter visitado a Quinta Pimentel, uma exploração agropecuária do concelho de Nordeste, que se dedica à produção de leite biológico desde 2020.
Patrícia Miranda recordou que, nos Açores, existem atualmente “cerca de duas dezenas de produtores de leite biológico”, um modo de produção que, atendendo à conjuntura atual, “constitui uma alternativa à produção tradicional, com resultados muito interessantes e positivos”.
A deputada do PS alertou que “embora as explorações em regime de produção biológica apresentem menores custos de produção, continuam a apresentar dificuldades, nomeadamente com os concentrados biológicos, que apresentam valores na ordem dos 800 euros por tonelada” e “com os fertilizantes compatíveis com esse modo de produção”.
Patrícia Miranda lamentou que o Governo Regional continue “distraído e alheio a estes segmentos”, salientando que “não basta palmadinhas nas costas, é preciso incentivar quem escolhe caminhos alternativos, criando os apoios certos e eficazes que permitem esse desenvolvimento”.
“Ao Governo Regional cabe munir os produtores de ferramentas que os ajudem a trilhar um caminho na vertente biológica, caso assim o desejem”, sublinhou.
A parlamentar do PS defendeu o “direito de opção da adesão ao modo de produção de leite biológico em vez da produção tradicional”, devendo isso ser uma “opção livre e informada e não uma obrigatoriedade”, porque a “passagem para a produção de leite biológico não pode ser um último recurso”.
“Numa altura em que os custos de produção agrícola aumentam quase diariamente, em que contando com o último aumento do gasóleo agrícola no passado dia 1 de março já vamos com um aumento de 70% desde janeiro de 2021. Para além disso, tivemos aumentos nas taxas de juro e na energia elétrica, nas rações para os animais e nos fertilizantes. Um dos caminhos para os nossos produtores poderá ser a adesão ao modo de produção biológico, mas os produtores têm de saber com o que contam, caso pretendam fazer essa mudança”, finalizou a deputada do PS, Patrícia Miranda.
Artigo publicado originalmente em PS Açores.