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Apoio à produção biológica em baldios com “constrangimento regulamentar” – Ministra

A ministra da Agricultura esclareceu hoje que os apoios à produção biológica em áreas de baldio enfrentam um “constrangimento regulamentar”, mas adiantou que está a ser preparada uma solução, a aplicar em janeiro de 2024.

“Na realidade os baldios são zonas muito importantes, de tal maneira que temos medidas específicas para as regiões que envolvem os baldios. Para a produção biológica temos um constrangimento regulamentar”, referiu Maria do Céu Antunes, em resposta à deputada do PSD Emília Cerqueira, na comissão parlamentar de Agricultura.

Segundo a governante, até ao final de 2022, os agricultores podiam receber apoio das medidas para as zonas desfavorecidas e podiam candidatar-se a uma ajuda por hectare para a agricultura biológica.

Por sua vez, os gestores dos baldios também recebiam um apoio.

Contudo, o regulamento para a atribuição destas ajudas determinou que para um agricultor receber o apoio à produção biológica “não pode não ter terra”.

Têm assim que existir condições para demonstrar que terra é que vai ser utilizada para o efeito, com recurso a georreferenciação.

“O que está aqui em causa é que, no baldio, os agricultores que fazem pastoreio, não têm contrato de propriedade”, explicou a titular da pasta da Agricultura, notando que o que está em causa vai além da produção em modo biológico, “é um apoio ao rendimento puro e duro”, mas a ajuda não pode ser paga no caso dos terrenos coletivos.

“O regulamento diz mesmo que não podemos pagar a ajuda à superfície, nem ao animal em modo biológico. Porque, em circunstâncias como estas, 40% podem ser assumidos pelos baldios, mas os outros 60% têm que ser assumidos por outras fontes de alimentação”, acrescentou.

Maria do Céu Antunes disse ainda que as cooperativas agrícolas sempre tiveram acesso a toda esta informação, acrescentando que está a ser preparada uma solução para ultrapassar este problema.

Neste âmbito, já tinha sido proposto que o agricultor pudesse fazer um contrato de cessão com o gestor do baldio e, com base nisso, seria possível fazer a georreferenciação das terras.

Apesar desta proposta, segundo a ministra, agradar aos agricultores, que ficam com o seu rendimento aumentado, verifica-se uma diminuição do rendimento do gestor dos baldios.

“Chegados aqui, propusemos que parte do aumento do valor ao produtor pudesse compensar o gestor do baldio pela perda, mas não conseguimos consenso”, notou a governante.

Neste momento, um grupo de trabalho que se dedicou a este tema tem em cima da mesa uma proposta, a implementar a partir de janeiro de 2024, com uma nova medida, no âmbito do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC).

Aqui, o efetivo animal e o compromisso pela sua manutenção vão suportar a proposta.

“Já pedimos à Comissão [Europeia] autorização para majorar em 2023 o apoio à manutenção da atividade agrícola em zonas desfavorecidas”, sublinhou.


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