Recuperar o que estava abandonado

Apropriedade não tem nome, cobre 27 hectares contínuos da localidade de Ulgeriça e foi sendo formada desde há 20 anos, com a compra sucessiva de pequenas parcelas de terra.

Dois dos vários proprietários, António Marques Almeida e Adélia Augusto, dedicaram-se à gestão da parte agrícola há uns dez anos, depois de uma vida na construção civil, e o genro, Gonçalo Rodrigues, que continua nessa área de atividade, vem da Lousã nos tempos livres para cuidar da zona florestal. Corta mato, controla as mimosas e faz as adubações, com a ajuda do programa Limpa e Aduba da Biond, a associação da indústria papeleira. O rebanho de 16 cabras ajuda a controlar o mato dentro do eucaliptal com 7 anos, que por ser na altura muito jovem, sobreviveu aos incêndios de 2017.

Começaram por comprar cinco hectares para a plantação de eucalipto, que cortaram em 2012. Depois, em 2010, adquiriram vários terrenos cobertos de mato e silvas, com uns eucaliptos dispersos e abandonados, que recuperaram para a agricultura e plantaram mais eucalipto nos montes que envolvem a zona agrícola. A seguir foram comprando terras contíguas, pedaços de 100 e 200 metros com os cerca de 200 pés de oliveiras que agora usam para mandar fazer azeite.

O pouco pinho que tinham, mais próximo da área agrícola, sucumbiu ao nemátodo. É dos 25 hectares de eucalipto, certificados desde 2012, que retiram dividendos, porque a pequena agricultura que desenvolvem é praticamente apenas de subsistência, quase manual. Em dois hectares cultivam milho, batata, feijão e legumes miúdos. Vendem muito pouco e o resto dão à filha.

O artigo foi publicado originalmente em Produtores Florestais.


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