Em janeiro de 2022, um cabaz com bens essenciais custava perto de 75 euros às famílias portuguesas. Em fevereiro deste ano, o preço do mesmo cabaz ultrapassava os 96 euros.
A inflação voltou a baixar em fevereiro, fixando-se agora nos 8,2%, segundo confirmou esta sexta-feira o INE.
No entanto, o custo de vida está cada vez pior e o preço dos alimentos não para de aumentar. O cabaz alimentar, definido pela ASAE para calcular a evolução dos preços, aumentou quase 29% desde 2022 e até fevereiro deste ano para 96,44 euros.
O Governo quer perceber o porquê desta subida e já se reuniu com os hipermercados. Quer forçar os supermercados a baixarem os preços e admite mesmo limitar os lucros que estão a disparar.
A associação que representa as distribuidoras acusa o Executivo de fazer do setor o bode expiatório para este aumento dos preços, garantindo ainda que as empresas de distribuição não enganam os consumidores.
Sem encontrar ainda uma explicação para o aumento dos preços dos alimentos, suspeita-se que há quem esteja a aproveitar a onda para ganhar ainda mais.
A ASAE detetou produtos com margens de lucro superiores a 50%.
Com o preço dos alimentos cada vez mais alto, muitos portugueses têm escolhido o comércio local para comprar os bens essenciais, em vez dos super e hipermercados.
O cinto aperta cada vez mais e, por isso, a maioria compra menos e em menos quantidades.
No mercado de Vila Real, o movimento tem baixado nos últimos tempos. Os clientes dizem que é cada vez mais difícil fazer compras com os preços dos bens essenciais cada vez mais altos.