Sabugal quer integrar área geográfica de produção da castanha Soutos da Lapa DOP

O município do Sabugal, no distrito da Guarda, quer integrar a área geográfica de produção da castanha dos Soutos da Lapa DOP (Denominação de Origem Protegida), disse hoje à agência Lusa o presidente da Câmara.

Segundo Vítor Proença, para que tal aconteça, a área geográfica de produção da castanha dos Soutos da Lapa DOP também terá de integrar os concelhos de Celorico da Beira e Guarda, para que haja uma continuidade territorial a partir do município de Trancoso.

A área geográfica de produção da castanha dos Soutos da Lapa DOP está circunscrita aos concelhos de Armamar, Tarouca, Tabuaço, São João da Pesqueira, Moimenta da Beira, Sernancelhe, Penedono, Lamego, Aguiar da Beira e Trancoso.

O agrupamento de produtores da castanha dos Soutos da Lapa DOP (que abrange frutos obtidos a partir do castanheiro das variedades Longal e Martaínha) está localizado na cidade de Trancoso, na Bandarra – Cooperativa Agrícola do Concelho de Trancoso.

A possibilidade de alargar a área de produção da castanha dos Soutos da Lapa DOP aos concelhos de Celorico da Beira, Guarda e Sabugal foi discutida numa reunião que os autarcas dos três municípios realizaram na quarta-feira com representantes da Direção Regional de Agricultura, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), da RefCast – Associação Portuguesa da Castanha e da Cooperativa Agrícola de Penela da Beira.

A ampliação da DOP Soutos da Lapa para os concelhos de Celorico da Beira, Guarda e Sabugal surge com o objetivo de o município do Sabugal poder criar “mais-valia na fileira da castanha”, segundo o autarca.

De acordo com Vítor Proença, o concelho possui “cerca de 600 hectares de castanheiros” e está a registar “uma procura muito intensa por parte de alguns jovens agricultores na plantação de novos soutos”.

No entanto, para que a DOP Soutos da Lapa possa chegar ao território do Sabugal, um município situado junto da fronteira com Espanha, “ela tem que ter continuidade territorial”, referiu.

“Então, convidámos também o município da Guarda, que na zona de Videmonte [e] Aldeia do Bispo tem alguns soutos de castanheiros, e também Celorico [da Beira], que ainda tem em alguma parte do território alguma produção [para se associarem ao processo]”, explicou.

Os dois municípios aceitaram o desafio da autarquia do Sabugal e os três vão “avançar com uma DOP” para o território, indicou Vítor Proença.

A medida permitirá dar “mais alguma atratividade para a comercialização” da castanha produzida na região.

Os três municípios iniciaram o processo de adesão à área geográfica de produção da castanha dos Soutos da Lapa DOP e o autarca vaticinou que será “um processo muito moroso”, porque haverá necessidade de realizar estudos, análises e de proceder à certificação da castanha.

“Demos o primeiro passo e isso é que é importante”, vincou Vítor Proença, lembrando que a Câmara Municipal do Sabugal é o “motor” da iniciativa.

O município do Sabugal tem um protocolo com a UTAD para a fileira da castanha e em 1988 celebrou um protocolo com a Direção Regional da Agricultura da Beira Interior para disponibilização de uma área para instalação de um Campo Experimental e de Produção de Material Vegetativo.

No espaço da antiga Colónia Agrícola (que foi criada em 1936 pela então Junta de Colonização Interna do Ministério da Agricultura e entrou em declínio em 1974), a autarquia instalou um viveiro de castanheiros, onde são produzidas 12 variedades.

“Há um trabalho já de alguns anos e entendemos criar escala. Foi nesse sentido que abraçámos este projeto [de integrar a área geográfica de produção da castanha dos Soutos da Lapa DOP]”, concluiu o autarca.


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