Decorre na manhã do dia 24 de Março, na cidade de Évora, uma manifestação de agricultores organizada pela Confederação de Agricultores de Portugal (CAP). Esta é uma acção de protesto contra várias situações que afectam o sector e está integrada num conjunto de acções de protesto, que têm sido realizadas em diferentes pontos do país: já tiveram lugar em Mirandela, Castelo Branco, Portalegre, Caldas da Rainha e Beja.
As manifestações têm sido realizadas com o mote “Contra a incompetência de quem nos governa”, contestando diversas situações, sendo um dos principais focos a decisão do Governo de transferência de competências das Direcções Regionais de Agricultura (DRA) para as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR). As acções de protesto tiveram início em Janeiro, têm consistido em marchas lentas de tractores e de agricultores, que depois convergem nas sedes das Direcções Regionais de Agricultura e Pescas, e têm tido o apoio de diversas associações do sector.
De acordo com a CAP, a manifestação realizada em Beja, no dia 9 de Março – cujas imagens ilustram esta notícia –, contou com cerca de 2.000 agricultores e 800 tractores, foi «a maior manifestação de agricultores de sempre» e constituiu um «reflexo da união do sector contra um descontentamento que afecta todos os agricultores». «Nunca houve uma manifestação com esta dimensão» em Portugal, diz Luís Mira, secretário-geral da CAP, referindo que o Governo e o primeiro-ministro estão «surdos por não quererem ouvir os protestos» e que, «da última vez que fizemos estas manifestações, com Jaime Silva [ministro da Agricultura de José Sócrates], o partido do Governo perdeu 250.000 votos», pelo que «preparem-se, porque nas próximas eleições o número ainda será superior».
O artigo foi publicado originalmente em Revista Frutas Legumes e Flores.